[Review] Google Home: o alto-falante inteligente que ainda tem o que aprender
É tarde, acabo de ligar o assistente de voz Google Home na tomada, tenho uma geladeira cheia de abóbora e crostas de torta, e o Dia de Ação de Graças está a poucas semanas de distância.
“OK Google, como eu faço uma torta de abóbora?”. O Google Home responde à minha pergunta disparando um resumo das instruções vindas do AllRecipes. Se eu pudesse bater ovos e preparar a abóbora enlatada nos trinta segundos que ele levou para recitar a receita, eu teria uma torta. Em vez disso, eu balanço a cabeça, impressionada que o Home pode responder à minha pergunta com facilidade, mas também um pouco insatisfeita.
Depois, eu digo: “adicione tudo de que preciso para fazer uma torta de abóbora à minha lista de compras”. Ele me entende literalmente, e adiciona um único item à minha lista de compras: “tudo de que preciso para fazer uma torta de abóbora”. Ele é brilhante – tão perto da perfeição que a menor imperfeição chega a irritar.
O Google Home, assim como qualquer outro robô-assistente que você viu em filmes de ficção científica, é bastante literal. Ele pode fazer coisas incríveis se você disser a pergunta certa, mas exagera todos os seus fracassos lembrando que o apocalipse da Skynet ainda vai demorar no futuro da humanidade.
• O que dizem os reviews do smartphone Google Pixel
• O espaço Made by Google quer convencer você a comprar as últimas novidades da empresa
O novo assistente doméstico e alto-falante de US$ 130, rival do Amazon Echo, pode me dizer a previsão do tempo e em quantos minutos chegarei ao trabalho; mas quando ele tropeça, as falhas são muitas vezes espetaculares.
Ele não pode adicionar os ingredientes de uma torta à minha lista de compras, e pede desculpas quando eu pergunto o horário de um programa de TV. É a melhor versão que já vimos deste futuro, mas ainda não é o futuro que precisa ser.
Vale a pena notar que as partes boas do Google Home também podem assustar as pessoas. A inteligência dele é alimentada pela inteligência artificial que o Google desenvolveu colhendo galáxias de dados ao longo dos anos. Se isto torna você desconfortável, imagine adicionar outro nó à rede onipresente da empresa, ouvindo seus desejos em sua sala de estar.
Melhor que o Amazon Echo
Não se engane, o Google Home é um grande avanço em relação ao Amazon Echo, apesar de ser US$ 50 mais barato. Ele é menor e mais discreto, com bases personalizáveis de alto-falante (o Google vende seis opções por US$ 20 cada). Enquanto o Echo acompanha tranquilamente meu roteador gigante e feioso da Asus, o Google Home parece mais bem-vindo no balcão da minha cozinha ou ao lado da minha cama.
Também é fácil fazer ajustes rápidos quando estou perto dele. No Amazon Echo, há um botão físico e um anel brilhante e alarmante de luzes azuis; enquanto isso, o topo do Home responde ao toque e tem quatro luzes que brilham na cor branca ao ajustar o volume; ou vermelho, azul, amarelo e verde quando o Home está envolvido em uma busca.
As músicas soam mais ricas saindo dos quatro alto-falantes na base do Home do que nos dois alto-falantes no tubo alto do Amazon Echo – os baixos e os vocais são mais nítidos. A diferença entre os dois desaparece, no entanto, quando você aumenta o volume do Home. Tocar música no volume máximo transforma tudo, exceto o tom das vozes, em uma completa bagunça.
Aumentar o volume também torna impossível se comunicar com o Home. Ele não consegue ouvir a frase de ativação ( “OK Google”) sobre a cacofonia explodindo de sua base. Você precisará se levantar para ajustar o volume ou entrar no app do Google Home em seu dispositivo Android ou iOS.
O app não oferece muitas opções além disso. Você pode vincular e personalizar dispositivos Chromecast compatíveis (meu Nvidia Shield funcionou, mas meu televisor Vizio P-Series não era compatível), escolher fontes de notícias e vincular os três serviços de casa inteligente atualmente compatíveis com ele.
Se você tiver um hub da Samsung SmartThings, da Nest ou lâmpadas Philips Hue, é muito simples fazê-los funcionar com o Google Home e, pelo menos no caso das luzes Hue, a integração é mais fluida em relação ao Amazon Echo.
Parte do charme no assistente da Amazon é que ela parece funcionar com tudo, não apenas com os três parceiros do Google. No entanto, o Echo muitas vezes falha quando você tenta usar recursos como pedir pizza da Domino’s ou um carro do Uber, por exemplo.
Frustrações
Quando pergunto algo para o Google Home que esteja em seu campo de habilidades, ele nunca erra. É fácil ajustar as luzes em meu porão sem modular minha voz nem proferir cada sílaba como um robô. Ele também nunca se confunde se eu tropeçar em uma palavra ou falar muito rápido.
O Google Home é um robô impessoal com uma voz tão legal quanto você ouviria de um assistente digital, mas ele me entende.
É por isso que o Google Home pode ser tão frustrante. Ele representa uma evolução natural das respostas limitadas e cuidadosamente programadas do Amazon Echo. Assim, quando ele falha, eu fico um pouco mais decepcionada do que deveria.
Eu pergunto o que é film noir e, em seguida, peço para ele tocar um exemplo na minha TV, e ele obedece imediatamente. No entanto, se eu pedir para ele sugerir um filme, ele não sabe o que fazer – o anel de luzes coloridas fica girando eternamente no topo.
Por muitas vezes, mesmo quando estou encantada com a velocidade do Google Home e com sua boa compreensão de minhas palavras, também fico espantada com sua eventual estupidez. Ele se encaixa rápida e naturalmente na minha rotina diária, mas assim como o Amazon Echo, eu fico irritada com suas falhas.
Mas há esperança. “Desculpe, eu não sei como ajudar nisso ainda”, disse-me o Home. O “ainda” é crucial aqui. Assim como o Echo, o Google Home deve receber constantes atualizações nos próximos anos. Ele deve se tornar mais inteligente e mais capaz.
Um dia, o Google Home talvez seja o computador mais inteligente e mais amigável da sua casa, mas até lá, ele é apenas um avanço em relação ao Amazon Echo. Para algumas pessoas, isso será o bastante.
Destaques
• O Google Home entende o contexto de suas perguntas, mas apenas com questões muito simples.
• O áudio é uma grande melhoria em relação ao Amazon Echo, mas a diferença desaparece em volumes mais altos.
• O Google Home entende você melhor do que o Echo, mesmo quando você engasgar em uma palavra ou falar lento demais.
• Ele ainda não pode fazer de tudo, tornando seus fracassos mais perceptíveis.
• O atual campeão de assistentes de voz.