Toca-discos da Sony e Panasonic mostram as duas formas de se apostar na volta do vinil
por Felipe Ventura
Muita gente hoje em dia não passou pela era do LP, mas o vinil está voltando aos poucos graças a uma combinação de nostalgia e audiofilia. Por exemplo, no final do ano passado, o produto mais vendido da Amazon na categoria áudio foi um toca-discos com porta USB para converter as músicas em formato digital.
Na CES, duas grandes empresas estão apostando em toca-discos, cada uma à sua maneira.
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A Sony entrou na área com o PS-HX500, que permite digitalizar seus discos conectando o dispositivo via USB a um computador. Ele tem um design para evitar saltos na reprodução e gravação, e um programa simples para Windows e Mac que permite editar as faixas.
Para digitalizar um vinil, basta abrir o programa, clicar em Gravar e tocar o disco. Quando você tiver terminado, clique em “Recording complete”.
Vale notar que o programa não separa as faixas automaticamente: ele apenas gera um grande arquivo de áudio que você precisa dividir de forma manual, selecionando no próprio programa o início e fim da música. Também não há nenhum tratamento contra ruídos ou estalidos.
A novidade é que você pode gerar arquivos em áudio de alta resolução (HRA), que promete qualidade maior que a de CD.
Há anos, vimos a Sony tentando fazer o HRA vingar, mas essa tecnologia sempre esteve envolvida em polêmica. Os arquivos de música são enormes, e só funcionam em determinados players caros – por exemplo, alguns dispositivos Walkman e no Pono Player.
O especialista em codecs de áudio Monty Montgomery recomenda usar bons fones de ouvido e arquivos FLAC em vez de pagar caro por áudio de alta resolução, e diz que o HRA “é uma solução para um problema que não existe, um modelo de negócios baseado em ignorância intencional e enganação das pessoas”.
Também é possível gerar arquivos em formato .WAV com áudio de CD, além do formato DSD de alta resolução. O programa embutido não gera arquivos em MP3.
O Sony PS-HX500 será lançado no segundo trimestre custando cerca de US$ 599.
Enquanto isso, temos a Technics, uma marca da Panasonic, trazendo duas versões de um toca-discos tradicional. Ele não converte LPs para formatos digitais; o foco aqui é outro.
O Technics Grand Class usa um sistema de acionamento direto entre o motor e o prato do toca-discos (em vez de uma correia de elastômero). Esse tipo de plataforma pode sofrer queda na qualidade devido a pequenas vibrações do motor.
Por isso, a Panasonic usa um novo motor menos suscetível a vibrações, com um codificador na parte inferior que detecta o ângulo exato de rotação; mais sensores de alta precisão para contrabalancear possíveis trepidações ao tocar um disco.
Além disso, o braço da agulha usa um material leve (alumínio ou magnésio, dependendo do modelo) para aumentar seu efeito amortecedor. Tudo isso permite ouvir uma sofisticada Diana Krall com um som quente e nítido.
Há dois modelos do Grand Class: o SL-1200GAE será uma edição limitada de 1.200 unidades, disponível no terceiro trimestre; enquanto o SL-1200G terá lançamento comercial e chega no final do ano, ainda sem preço definido.
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O Gizmodo Brasil viajou para Las Vegas a convite da Samsung.