A guerra na Ucrânia se aproxima do seu aniversário de um ano, e demonstrou como as novas tecnologias mudaram radicalmente o jeito tradicional de se fazer guerra.
Apesar da desproporcional força das tropas russas, os ucranianos emergiram como uma força de combate moderna e eficaz. Isso foi conseguido em grande parte devido às tecnologias doadas pelos Estados Unidos e seus aliados na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Confira abaixo alguns exemplos de tecnologias que explicam a resistência dos ucranianos ao longo do último ano.
Drones
O conflito na Ucrânia demonstrou que as guerras do futuro serão feitas por meio de sistemas aéreos autônomos e não tripulados. Desde fevereiro do ano passado, Rússia e Ucrânia têm usado drones de longo alcance, seja para monitorar tropas inimigas ou para carregar bombas guiadas a laser.
A desvantagem desse tipo de equipamento é o seu preço relativamente alto. No caso dos ucranianos, a maioria dos drones usados vem de doações feitas por países ocidentais, como o Bayraktar TB2, fabricado na Turquia. Porém, a Ucrânia também tem usado drones comerciais simples, com câmeras integradas ou mesmo carregando bombas improvisadas.
Já a Rússia vem usando uma série de drones, incluindo equipamentos próprios ou comprados do Irã, como é o caso do Shahed-136. Ele tem o formato de asa delta, tem 2,5 metros de envergadura e leva uma ogiva que detona no momento do impacto.
Comunicações via satélite
Os sistemas de comunicação são cruciais para o sucesso de qualquer operação militar. Apesar do bilionário Elon Musk ter doado receptores para acesso à rede Starlink para fins humanitários, a SpaceX revelou que a Ucrânia tem usado a banda larga via satélite para fins militares.
Segundo a empresa de Musk, o exército ucraniano usa a Starlink para comunicações militares, além de guiar drones que estão atacando posições russas.
Além disso, outras empresas espaciais comerciais ajudam o governo da Ucrânia disponibilizando serviços de sensoriamento remoto e comunicações via satélite.
Inteligência artificial
Um dos motivos para explicar o motivo da resistência ucraniana ao longo dos últimos meses é que as Forças Armadas do país estão tendo acesso a dados coletados dos serviços de inteligência mais poderosos do mundo.
Com o auxílio da IA (Inteligência Artificial), os ucranianos têm conseguido promover ataques precisos, vigilância e reconhecimento eficazes, a partir de informações que o Ministério da Defesa da Ucrânia está recebendo dos aliados ocidentais.
Além disso, segundo a Friedrich Naumann Foundation, a Ucrânia fez parceria com a startup Clearview AI, que oferece software que usa reconhecimento facial para descobrir os perfis de mídia social de soldados falecidos. Esse recurso ajuda as autoridades para notificar parentes e enviar os corpos para as famílias.
Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.
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