5 imagens do telescópio James Webb que marcaram 2023
Apesar de ter sido lançado em dezembro de 2021, o Telescópio Especial James Webb passou a enviar imagens do espaço para a Terra apenas em julho de 2022. Desde então, os registros feitos pelo aparelho permitiu que astrônomos estudassem em detalhe o espaço, o que rendeu a publicação de centenas de artigos científicos.
Em 2023, o James Webb fotografou o universo de janeiro a dezembro. Agora, o Giz Brasil lista cinco desses registros que marcaram o ano.
Anéis de Urano
Em fevereiro, o telescópio James Webb fez seus primeiros registros do gigante Urano, capturando imagens do polo norte do planeta, que estava inclinado. Na fotografia, é possível visualizar seus anéis, que aparecem brilhando em volta do astro gasoso.
No total, ficaram visíveis 11 dos 13 anéis conhecidos do planeta. Segundo a NASA, esse é o melhor registro dos anéis de Urano já feito. Até então, fotos haviam mostrado esses objetos fracos e finos.
O James Webb mostrou ainda uma grande calota polar que aparece como uma névoa do lado direito do corpo celeste. Além disso, a imagem permite ver as seis maiores das 27 luas conhecidas de Urano, e também de galáxias distantes, ao fundo.
Nebulosa de Órion
Em junho, Webb registrou uma parte da Nebulosa de Órion em detalhe. Conhecida como Barra de Órion, ela aparece na diagonal da imagem. Na foto é possível ver também um disco protoplanetário de formação de planetas.
Ele está em volta da estrela anã chamada d203-506, localizada a surpreendentes 1.350 anos-luz de distância de Orion. Apesar de ser vermelha e fria, diferente do Sol, ela vive em condições adversas semelhantes às que o astro do Sistema Solar experimentou no início da vida.
Ali, onde está a estrela, cientistas puderam identificar um composto de carbono e hidrogênio, chamado cátion metil (CH3+). Isso sugere que há substâncias químicas importantes para o desenvolvimento de vida por lá e que elas podem suportar a intensa radiação que as estrelas ao redor emitem.
Berçário de estrelas
Em julho, Webb registrou o berçário de estrelas mais próximo à Terra. Ele está no complexo de nuvens Rho Ophiuchi e contém cerca de 50 estrelas jovens com tamanho comparável ao do Sol.
Na imagem, as estrelas mais jovens ainda estão abrigadas em regiões escuras, na parte superior e inferior do lado direito. Segundo especialistas, a sombra próxima a algumas delas podem ser discos de poeiras, que são a origem de planetas.
Também é possível ver estrelas bebês que se anunciam com jatos de moléculas de hidrogênio. Na foto, elas aparecem como faixas de luz vermelha.
Uma estrela antes de nascer
No mês de setembro, o James Webb fotografou a estrela em formação Herbig-Haro 211, ou apenas HH 211, que está localizada a aproximadamente mil anos-luz da Terra, na constelação de Perseus.
Conforme vai se desenvolvendo, ela emite uma dupla de jatos capturados pela imagem. Eles se deslocam rapidamente, formando uma corrente protoestelar – uma das mais próximas da Terra.
Coração da Caranguejo
Em outubro, o Telescópio Especial James Webb capturou uma foto da Nebulosa do Caranguejo na qual há um pequeno ponto brilhante. De acordo com cientistas, o registro evidencia uma pequena estrela de nêutrons, deixada para trás após uma explosão de supernova.
A estrela de nêutrons tem campos magnéticos intensos que, na imagem, são marcados pelas linhas brancas. Quando eles giram, emitem radiação de síncotron, que aparenta ser uma fumaça na foto.
Leia mais sobre o James Webb no Giz Brasil
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