O peixe de aquário mais antigo do mundo é, na verdade, ainda mais velho do que os cientistas inicialmente acreditavam. De acordo com uma nova estimativa, o Matusalém 47tem cerca de 92 anos de idade.
Ele vive no Aquário Steinhart, em São Francisco, nos Estados Unidos, onde chegou em 1938. No entanto, o peixe é nativo dos rios australianos.
Além de sua idade, uma de suas principais características é o fato de que ele é capaz de respirar ar. Isso porque a espécie da qual faz parte – o peixe-pulmonado – utiliza um único pulmão quando os riachos em que vivem estão mais secos do que o normal ou quando a qualidade da água muda.
Como descobrir a idade do peixe
“Embora saibamos que Matusalém chegou até nós no final da década de 1930, não havia método para determinar sua idade naquela época, então é incrivelmente emocionante obter informações baseadas na ciência sobre sua idade real”, disse Charles Delbeek, Curador de Projetos de Aquário do Aquário Steinhart, em comunicado.
Geralmente, os métodos para determinar a idade de peixes antigos são invasivos e até mesmo letais. Alguns incluem a remoção de escamas e a análise de ossos internos, por exemplo.
Contudo, a nova análise contou com um novo método. Ele consiste em utilizar uma pequena amostra de tecido de uma nadadeira para chegar ao DNA do peixe.
Nesse processo, os pesquisadores também descobriram que Matusalém pode chegar até 101 anos de idade. Pela primeira vez, uma análise de idade por DNA oferece a capacidade de prever a idade máxima dessa espécie.
“Saber com precisão as idades dos peixes em uma população, incluindo a idade máxima, é vital para sua gestão. Isso nos diz quanto tempo uma espécie pode sobreviver e se reproduzir na natureza, o que é fundamental para modelar a viabilidade da população e o potencial reprodutivo de uma espécie”, disse Ben Mayne, que conduziu a análise.
O artigo original que detalha como esse método de previsão de idade funciona foi publicado na revista Molecular Ecology Resources.
Conhecer para conservar
A espécie do Matusalém tem mais de 100 milhões de anos e está listada como “Em Perigo” na Lista Vermelha da IUCN. Isso porque esses peixes são muito sensíveis às mudanças causadas pelo ser humano em seu habitat.
As barragens, por exemplo, podem aumentar os níveis de sedimentos na água, prejudicando sua existência.
Por este motivo, conhecer o peixe que bate recorde de idade e entender mais sobre sua espécie é importante. Dessa forma, é possível incentivar estudos mais amplos sobre eles e ajudar nos esforços de conservação.
“Seu impacto vai além de alegrar os convidados no aquário: disponibilizar nossa coleção viva para pesquisadores de todo o mundo ajuda a ampliar nossa compreensão da biodiversidade e do que as espécies precisam para sobreviver e prosperar”, afirmou Delbeek.
