Ciência

“A Era dos Humanos” no Globoplay: “A solução está dentro de nós”, diz Marcos Palmeira

Em entrevista ao Giz Brasil, ator e apresentador da série documental relata experiência de mostrar ao público a relação ação-consequência do homem com a natureza
Imagem: A Era dos Humanos/ Grupo Storm/ Divulgação

Assim como há comportamentos do homem que interrompem ciclos da natureza e ameaçam o futuro do planeta, há também sentidos e ações humanas que desempenham um papel crucial na preservação da vida na Terra. É com essa ideia que a recém-lançada série documental “A Era dos Humanos” narra, em quatro episódios no Globoplay, o Antropoceno e a jornada pelo impacto humano no mundo.

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Com roteiro e direção de Iara Cardoso, a produção recebeu indicações no London International Film Festival. É a única obra brasileira na disputa da premiação, que acontece em fevereiro de 2024 e reúne os melhores filmes independentes da indústria global.

“A série coloca o homem no centro da questão”, explicou Marcos Palmeira, por áudio, ao Giz Brasil. Ele é o apresentador do documentário.

O ator tem uma relação longa com a natureza, desde quando cresceu no sul da Bahia e morou, ainda adolescente, em comunidades indígenas no Mato Grosso e no Pará. Isso fez com que despertasse para as causas ambientais.

“O que as pessoas plantavam pra vender como comida, elas não comiam. Foi aí que eu parti para o universo da agricultura orgânica”, conta. 

Hoje, ele é dono da Fazenda Vale das Palmeiras, em Teresópolis, que produz alimentos orgânicos e também está engajado em outros projetos relacionados ao meio ambiente.

Cinema, ciência e o lado humano

"A solução está dentro de nós mesmos", diz Marcos Palmeira sobre série "A Era dos Humanos"

Iara Cardoso e Marcos Palmeira (Imagem: Aline Branca/ Grupo Storm/ Divulgação)

Em “A Era dos Humanos”, a percepção e experiência do ator se juntam ao trabalho da roteirista e diretora Iara Cardoso, que utiliza o poder da imagem e do cinema para sensibilizar o público. 

Por exemplo, o documentário acompanhou, em Caravelas, Bahia, a retirada e abertura do pedaço de lama que registra o momento em que o césio-137, proveniente dos testes de bombas nucleares, foi depositado no Hemisfério Sul.

É uma imagem que revela o início do Antropoceno, a era dos humanos, no Brasil. Além disso, a série também faz uma viagem cinematográfica pelos rios voadores da Amazônia, pelo fogo no Pantanal, pela água em Abrolhos. E pelos imponentes Canyons de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

E faz isso em conjunto com cientistas de renome, como Carlos Nobre, membro da Royal Society, Miguel Nicolelis, professor emérito da Universidade Duke, e Thelma Krug, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

“Não tem achismo. A ciência tem as respostas e já fala disso há muito tempo”, aponta Marcos Palmeira. Mas o ator ressalta que, para além da perspectiva científica, o documentário também destaca a experiência e a existência humana. 

Por isso, a obra aborda o papel crucial dos povos indígenas na preservação ambiental. Assim, ainda que o documentário alerte para a urgência das mudanças climáticas, não faz isso em tom pessimista. 

“A série não fala ‘O mundo acabou, tudo está acabado’. Ela não é catastrófica. Ao contrário, nos coloca na solução do problema. Ainda temos tempo, mas ele está ficando mais curto em relação ao não retorno”, conclui Palmeira.

Onde assistir

Produzido pelo Grupo Storm, com o apoio Institucional do Greenpeace, “A Era dos Humanos” está disponível no Globoplay em quatro episódios. Por fim, assista ao trailer abaixo.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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