Os investidores começaram a fugir das ações do Facebook após o empresa não corresponder às expectativas do mercado. A situação é doida, pois o Facebook tem praticamente todos os usuários que poderia ter.
Quando dizemos que o Facebook trouxe “todo mundo” da internet para debaixo de seu guarda-chuva, não estamos exagerando. Pela primeira vez, o Facebook relatou quantos usuários usam pelo menos um dos seus produtos: são cerca de 2,5 bilhões de pessoas que acessam Facebook, Instagram, WhatsApp ou Messenger.
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A título de curiosidade, existem cerca de quatro bilhões de pessoas conectadas à internet de alguma maneira. Tire as pessoas com menos de 13 anos, as pessoas que nunca usarão o Facebook e as pessoas com conexão ruim. Analisando assim, parece que o potencial da empresa para atrair mais gente é limitado, pelo menos no curto prazo. Quantas empresas no mundo poderiam dizer que não é possível duplicar sua base de usuários?
A última divulgação de resultados do Facebook veio após o escândalo da Cambridge Analytica, mas não teve nenhum efeito em seus negócios. A empresa apresentou um ótimo número mesmo com toda a repercussão, e os investidores acreditaram piamente no que foi dito por Mark Zuckerberg. Nesta quarta (25), a empresa revelou bons resultados, mas não correspondeu às expectativas em alguns pontos, e isso fez com que as ações da companhia tivessem queda de 20%, ou cerca de US$ 120 bilhões em valor de mercado, uma das maiores perdas já registradas em Wall Street.
Abaixo, algumas das coisas que impactaram isso:
O crescimento do Facebook nos Estados Unidos e no Canadá nos últimos trimestres tem sido ínfimo.
Analistas esperavam 1,48 bilhão de usuários diários no Facebook, com base em uma média da Bloomberg. E o Facebook informou que tem 1,47 bilhão de usuários diários.
As projeções médias falavam em uma receita de US$ 13,3 bilhões; a companhia anunciou US$ 13,2 bilhões.
A receita média por usuário do Facebook foi de US$ 5,95; Wall Street queria US$ 5,97.
Deu para entender? O Facebook apresentou resultados pouco abaixo do esperado, e as ações caíram. Mas considere o seguinte número da divulgação: a receita aumentou em 42% em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso é muito.
Podem não ser resultados do nível da ExxonMobil, mas quem sabe a rede social não alcance esses patamares em breve. As pessoas certamente não parecem estar deixando a plataforma, apesar dos lembretes semanais de erros da companhia em gerir uma comunidade imensa, pois houve um acréscimo de 22 milhões de usuários diários no Facebook comparado com o trimestre anterior (essa foi a menor métrica de crescimento apresentada pela rede desde 2011).
Para onde vai o Facebook depois disso? Bem, a companhia está fazendo o que pode para que mais pessoas fiquem online e, assim, aumentem sua base de usuários. Há esforços que não deram muito certo nesse sentido, no entanto, a empresa vai continuar a escavar a esfera da mídia até que se torne uma das únicas opções para anunciantes. E ainda tem toda a questão distópica de óculos de realidade virtual, que a companhia aposta como um dos ramos que trará crescimento nos próximos anos.
As ações do Facebook podem passar por momentos difíceis agora, e outros investidores vão entrar na onda com o barateamento das ações. No entanto, a tendência é que a companhia fique ainda mais forte. E, embora a Apple esteja concentrada em ser a empresa com valor de mercado de US$ 1 trilhão, o Facebook está concentrado em vender cada humano do planeta como seu produto.
[Facebook]
Imagem do topo: Getty Images