Adolescente hacker que foi denunciado pela Apple ao FBI só queria um emprego

Segundo advogado do adolescente, que hackeou a Apple duas vezes, o objetivo do garoto era chamar a atenção da empresa na esperança de conseguir um emprego.
Logo da Apple visto de dentro de uma fachada de vidro.
Crédito: Kevin Frayer/Getty

O advogado de um adolescente australiano que violou duas vezes a segurança interna da Apple diz que o garoto achava que com isso poderia conseguir um emprego na gigante de tecnologia sediada na Califórnia, segundo a Australian Associated Press.

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O jovem não identificado, que teria 13 anos de idade na primeira vez em que ele e um cúmplice obtiveram acesso não autorizado à rede da empresa, “não tinha ideia da gravidade do crime”, disse seu advogado ao tribunal de Adelaide. Agora, com 17 anos, o adolescente foi liberado de uma multa de US$ 500 com a condição de que ele se comportasse por pelo menos nove meses.

O adolescente, que tinha como cúmplice um menino um pouco mais velho de Melbourne que recebeu uma sentença semelhante no ano passado, aparentemente acreditava que, assim que a Apple descobrisse a violação, a empresa lhe ofereceria um emprego. Em vez disso, a companhia entrou em contato com o FBI, que por sua vez notificou a Polícia Federal Australiana.

A corte foi informada de que a Apple não sofreu nenhum dano com a violação, segundo a emissora australiana ABC.

“Ele não imaginava que isso teria outra consequência além de uma oportunidade de trabalho”, disse o advogado da adolescente, Mark Twiggs, segundo a ABC. O advogado também disse que o garoto havia visto outro hacker conseguir um emprego depois de uma violação semelhante.

O advogado teria dito que seu cliente pretendia estudar cibersegurança e criminologia, e disse ao magistrado que um registro criminal devastaria essas perspectivas. O magistrado decidiu, então, não manchar o histórico do garoto e nenhuma condenação foi registrada.

“Ele é claramente um indivíduo talentoso em tecnologia da informação”, disse o juiz, de acordo com a ABC. “Dito isso, aqueles que têm essa vantagem não têm o direito de abusar desse dom.”

O cúmplice do garoto, sentenciado em setembro do ano passado aos 19 anos, também foi poupado da prisão e de ter uma condenação em seu registro. Seu advogado utilizou o mesmo argumento de que ele sonhava em trabalhar para a Apple e achava que hackear a empresa poderia chamar a atenção da gigante de tecnologia.

A Apple não pôde ser contatada imediatamente para comentar o assunto, mas em uma declaração à impressa, a empresa disse que queria garantir a seus clientes que “em nenhum momento deste incidente seus dados pessoais foram comprometidos”.

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