A Força Aérea dos Estados Unidos quer do governo cerca de US$ 5,8 bilhões (o equivalente a R$ 28 bilhões na cotação atual), para construir entre mil e duas mil aeronaves não tripuladas comandadas por Inteligência Artificial (IA).
Essas aeronaves são ideais para missões onde o retorno com vida de um piloto humano seria praticamente impossível. As aeronaves XQ-58A Valkyrie foram projetadas para servir como ala robótica (Loyal Wingman) para aviadores humanos.
Elas fornecem cobertura e fazem manobras em cenários onde um piloto de carne e osso pode ter dificuldades, mostrou uma reportagem do BusinessInsider.
Neste momento, a Força Aérea está aguardando a aprovação do orçamento pelo Congresso norte-americano para poder direcionar esses fundos. Posteriormente, o montante de 5,8 bilhões de dólares seria distribuído ao longo de cinco anos e destinado à construção dos veículos.
Após diversos anos de voos de teste realizados pela Força Aérea, esse desenvolvimento ocorre. Ela empregou o veículo como um datalink para aeronaves F-22, F-35 e o programa Skyborg da Força Aérea.
Assim, o programa Skyborg envolve a implementação de um sistema habilitado para inteligência artificial para controlar aeronaves não tripuladas, como o Valkyrie.
Preocupações humanitárias
Além do orçamento, porém, a Força Aérea vai precisar vencer outra barreira, a preocupação dos defensores de direitos humanos. Como as aeronaves não são tripuladas e são controladas por uma IA, qual seria o limite moral?
“Você está ultrapassando um limite moral ao terceirizar a matança para máquinas – ao permitir que sensores de computador, em vez de humanos, tirem vidas humanas”, disse Mary Wareham, diretora de defesa da divisão de armas da Human Rights Watch, ao Times.
Além disso, outra preocupação é que a IA possa aumentar as tensões entre os países, tomando decisões que humanos não tomariam.
Anteriormente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, rejeitou em 2019 a ideia de IA na guerra. “Máquinas com poder e discrição para tirar vidas sem envolvimento humano são politicamente inaceitáveis, moralmente repugnantes e deveriam ser proibidas pelo direito internacional”.