Ciência

Além do cotidiano, casais também podem compartilhar hipertensão, diz estudo

Análise da pressão arterial de casais na China, EUA, Inglaterra e Índia indicou que pessoas tendem a ter hipertensão se parceiro também tiver
Imagem: Mufid Majnun/ Unsplash/ Reprodução

Muitas pessoas dizem por aí que, depois de passar tanto tempo juntos, os casais ficam parecidos. Mas a ciência levou essa brincadeira a sério e, surpreendentemente, descobriu que isso pode ter um fundo de verdade — mas quando o assunto é a hipertensão.

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De acordo com um estudo publicado no Journal of the American Heart Association, se uma pessoa de um casal heterossexual tem pressão alta, frequentemente o outro parceiro também tem.

Entenda a pesquisa

Até então, pesquisas nesse sentido utilizaram amostras pequenas e de um único país. Então, os autores do novo estudo buscaram participantes em nações de alta e média renda. No total, um grupo de pesquisadores dos EUA analisou dados de pressão arterial para 3.989 casais nos Estados Unidos, 1.086 na Inglaterra, 6.514 na China e 22.389 na Índia.

Como resultado, a quantidade de casais em que ambos tinham hipertensão foi cerca de 47% na Inglaterra, 38% nos Estados Unidos, 21% na China e 20% na Índia. No entanto, dentro de cada país, as associações foram diferentes.

“A pressão alta é mais comum nos Estados Unidos e na Inglaterra do que na China e na Índia; no entanto, a associação entre o status de pressão arterial dos casais foi mais forte na China e na Índia do que nos Estados Unidos e na Inglaterra”, comenta Peiyi Lu, autor do estudo.

Os pesquisadores acreditam que o motivo para isso é cultural. Uma vez que na China e na Índia, há uma forte crença em permanecer juntos como família. Dessa forma, os casais muitas vezes têm os mesmos interesses, vivem no mesmo ambiente e têm hábitos semelhantes. Isso influencia a saúde um do outro.

O avanço na ciência

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a hipertensão atinge 1,28 bilhão de pessoas no mundo. Por ser uma doença crônica, informações como as do novo estudo revelam caminhos importantes para o desenvolvimento de estratégias de tratamento.

Por exemplo, as descobertas destacam o potencial de usar abordagens baseadas em casais, como o treinamento em dupla ou participação conjunta em programas de cuidado.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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