American Horror Stories é um deleite de sombrio com reviravoltas
American Horror Story retorna com sua 10ª temporada, intitulada Double Feature – uma boa notícia para os fãs que anseiam por seu retorno, especialmente porque parece ser uma temporada intrigante.
Mas você não precisa ser um fã ou estar familiarizado com a série para curtir American Horror Stories, a série antológica spin-off dos cocriadores (Ryan Murphy e Brad Falchuk).
Não vou mentir – adiei assistir apesar de ser fã de American Horror Story. Há tantos, tantos streamings e coisas para assistir hoje em dia que meio que me esqueci, e suspeito que não sou a única pessoa que se sente assim às vezes. Mas vale a pena reservar algum tempo para esta série divertida, violenta e muitas vezes lasciva, que dá a você toda a diversão picante de American Horror Story – mas dividida em pedaços menores que talvez não consigam sustentar uma temporada inteira, mas são perfeitos para uma história que precisa de apenas de 45 minutos.
A grande exceção são os dois primeiros episódios que têm duas partes, “Rubber (wo)Man Part One” e “Rubber (wom)Man Part Two”. Eles se passam na icônica Murder House da primeira temporada e apresentam, como o título pode sugerir, o infame Homem de Borracha (Rubber Man) do programa original. Mas mesmo com essas ligações, o roteiro é cuidadoso em fornecer uma história com profundidade apresentando o passado aterrorizante da casa para que, até mesmo quem não assistiu a primeira temporada, possa entender as vibrações ruins que emanam dela.
Claro, isso não impede o casal Michael (Matt Bomer, um dos vários frequentadores de AHS a aparecer no elenco) e Troy (Gavin Creel) de comprar o local com a intenção de consertar e inaugurar como um “Bed and Breakfast assombrado” que vai lucrar com sua reputação arriscada, para grande impaciência da filha adolescente Scarlett (Sierra McCormick de A Vastidão da Noite). A família logo descobre que a Murder House não será fácil de domesticar e Scarlett – que já tinha um interesse crescente em S&M – se vê intimamente envolvida com a lenda.
Esses episódios apresentam um elenco de coadjuvantes intrigante: Paris Jackson – a filha de Michael – interpreta uma das colegas de classe de Scarlett; e Kaia Gerber, filha de Cindy Crawford, também tem um papel fundamental.
Há uma tomada impressionantemente crua sobre o bullying adolescente, algumas cenas de morte surpreendentes e – no verdadeiro estilo AHS – referências culturais, sem mencionar muito humor surreal. Os arcos de Scarlett e companhia exigiram dois episódios para preencher (e provavelmente mais; de acordo com Murphy).
Mas o resto de American Horror Stories foram (aparentemente) independentes, e nenhum fez referências abertas à abrangente lore de American Horror Story.
Todos os quatro começam com enredos bastante básicos que os fãs de terror em geral reconhecerão – um filme amaldiçoado (“Drive In”), uma mulher que teme que forças das trevas estejam atrás de seu bebê (“BA’AL”), o lado mortal das redes sociais (“The Naughty List”), e os perigos da floresta profunda (“Feral”) – e sentirão uma certa familiaridade, mas são cheias de reviravoltas repulsivas e estranhas. Eles também são muito bem escalados, especialmente Billie Lourd como uma nova mãe à beira de um colapso nervoso, e Danny Trejo como a mais recente encarnação do horror do maligno Papai Noel.
Algumas dessas entradas são mais eficazes do que outras – “Drive In” deve tanto ao episódio Pesadelo Mortal de John Carpenter, que não pode ser uma coincidência que a protagonista frequente do diretor, Adrienne Barbeau, tenha um papel nele.
Mas os episódios são enérgicos e divertidos, contando histórias separadas que, no entanto, são coerentes com a abordagem direta de American Horror Story sobre sexo e gore. E vale a pena notar que isso não é A Quinta Dimensão ou mesmo o excelente Creepshow, que tendem a construir suas histórias em torno de personagens que precisam aprender uma lição ou receber algum tipo de castigo. “The Naughty List” tem uma abordagem implacável para punir as odiosas estrelas da mídia social que povoam sua história, e American Horror Stories adora fazer surpresas nos momentos finais de seus episódios. Mas este show não é pilotado por uma bússola moral padrão; muito parecido com a franquia, American Horror Stories é feito para chocar você. Alegremente. E na maioria das vezes, é bem-sucedido.
“Game Over”, episódio final de American Horror Stories, foi transmitido ontem (19) na Hulu e Murphy revelou que foi renovada para uma segunda temporada. American Horror Story: Double Feature estreia em 25 de agosto na plataforma.