Amor, empatia e felicidade: ciência decifra o sentimento dos cães

Meu pet me ama? Ele sente empatia? Entenda, item por item, o comportamento dos cães e o resultado pode não ser o esperado
Sentimento dos cães

Se você tem um pet, é provável que o veja como o animal mais inteligente de todos, capaz de compreender suas emoções e até mesmo sentir empatia quando você não está legal.

Além disso, o brilho nos olhos do seu cão ao olhar para você entregam o amor que ele sente, não é mesmo?

Vai ser difícil ouvir isso, mas talvez você esteja se iludindo…

O comportamento dos cães não é tão claro quanto parece. Na verdade, ele é alvo de muitas pesquisas, que buscam compreender o que esses animais sentem e do que eles são capazes. Uma reportagem nova do jornal inglês The Guardian trouxe uma série de especialistas para comentar algumas das principais emoções que associamos aos peludos.

Separamos aqui alguns destes tópicos:

Felicidade 

Afinal, meu cão sabe quando eu estou feliz? Ele é capaz de expressar felicidade?

Ao que parece, a resposta é sim para ambas as perguntas. Os cachorros parecem responder positivamente às emoções humanas otimistas. Se ele te fizer sorrir por dar a pata, por exemplo, é capaz que ele repita o movimento pois entende que aquilo te deixa feliz. Porém, ele não compreende o porquê daquilo te deixar feliz. 

A felicidade deles existe e também é mostrada. Quem tem um animal de estimação deve conhecer a expressão única que ele faz quando está relaxado ou entusiasmado, por exemplo. Mas não confunda: algumas raças, como os Goldens e os Rottweillers, possuem rostos mais largos, que dão a impressão de que o animal está sorrindo com frequência. Isso não significa que estes animais são mais felizes, este é apenas um traço anatômico.

Amor

Será que o seu pet te ama?

Para o comportamentalista Rob Alleyne, é bem improvável que qualquer animal seja capaz de amar os humanos –pelo menos, não da maneira que estamos falando aqui. 

Apesar disso, os pets podem ter algumas atitudes que nós interpretamos como amor. Pode acontecer ainda uma interação com o cão que se assemelha àquela entre pais e filhos: quando uma mãe olha para o seu bebê, por exemplo, ocorre um aumento mútuo dos níveis de oxitocina, que faz com que ambos se sintam bem. Esse fenômeno também ocorre entre tutor e pet.

Durante a domesticação, os animais provavelmente notaram que os humanos eram fonte de abrigo, nutrição, brincadeiras etc. Por isso, acabaram evoluindo para essa nova cognição, que os tornaram simpáticos à nossa espécie. 

Empatia

Meu cachorro sabe quando eu estou triste?

Há diversos casos de animais que, ao perceberem que seus tutores estão cabisbaixos ou chorando, juntam-se a eles no mais sincero sinal de empatia. Mas ainda é difícil cravar que os pets carregam este sentimento. 

Pode-se considerar alguns métodos mais científicos para avaliar o comportamento dos cães. O ato de bocejar, por exemplo, é relacionado a empatia em adultos. Quando um abre a boca, o outro repete em seguida. Em um estudo feito com cães, mais de 70% dos participantes bocejaram ao ver pessoas bocejando, sendo um indicativo de empatia nos pets.

Ansiedade

Muitos tutores pensam que, ao deixar os pets sozinhos em casa, eles sentem ansiedade de separação. A história pode não ser bem essa. Na verdade, o que leva o animal a uivar e latir por horas e destruir os móveis está mais associado a um sofrimento por ficar sozinho. O problema não é não ter você, mas não ter ninguém.

Pode acontecer do seu amigo de quatro patas não te ver saindo e, de cara, não ficar estressado, reagindo só horas depois. A teoria mais aceita é que você deixa um cheiro no ar, que diminui com o passar do tempo. O olfato dos cães é muito aguçado e, claro, entrega sua fuga. 

Agressividade

Os cães não costumam ser agressivos sem motivo. Na verdade, quando esses animais se sentem ameaçados podem reagir de quatro formas: lutando, fugindo, congelando ou brincando de maneira intensa. Sim, como aquelas pessoas que fazem piadas quando estão sob estresse. 

Por conta disso, vale a pena prestar atenção no comportamento dos cães antes de chegar perto. Note, por exemplo, se a parte branca do olho deles está aparecendo e se a cauda do animal está para baixo. Estes são indicativos claros para manter distância.

E se o seu animal é agressivo com outros cães, respeite seus limites. O fato de conhecer um novo cachorro é suficiente para criar medo no pet, que começa a agir de maneira agressiva para se proteger. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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