Ação acusa cofundador do Android Andy Rubin de esconder riqueza de sua esposa

Andy Rubin é considerado o pai do Android. Ele é acusado de ter escondido sua riqueza para não dividir com sua esposa.
Andy Rubin, cofundador do Android, em evento realizado em 2011
Justin Sullivan/Getty Images

Documentos judiciais de uma queixa civil registrada pela ex-esposa do ex-executivo do Google Andy Rubin e obtida pelo BuzzFeed News afirmam que Rubin deixou o Google depois de um “relacionamento inadequado” com um subordinado, escondeu sua fortuna de sua ex-esposa e ainda se envolveu em um comportamento extraconjugal. Ele ainda é acusado de coordenar “uma rede sexual”.

Rubin, que ficou conhecido por ser o “pai do Android”, deixou o Google em 2014 — mas foi só em outubro de 2018, com uma reportagem do New York Times, que foram divulgadas as circunstâncias que levaram à saída dele. No caso, o jornal norte-americano afirmou que uma funcionária do Google, com quem Rubin “tinha uma relação extraconjugal, disse que ele a coagiu a fazer sexo oral nele em um quarto de hotel em 2013, segundo dois executivos da companhia com conhecimento do episódio”.

A equipe de recursos humanos do Google descobriu que isso era passível de punição, mas a gigante das buscas e sua subsidiária Alphabet permitiram que Rubin deixasse a empresa com US$ 90 milhões, além de um adicional em ações no valor de US$ 150 milhões em 2014. Posteriormente, descobriu-se que um outro executivo acusado de ter apalpado uma funcionária em uma festa, Amit Singhal, um ex-vice-presidente executivo da empresa, ganhou US$ 45 milhões ao sair do Google (embora a quantia tenha sido reduzida para US$ 15 milhões).

As revelações provocaram rumores tanto entre acionistas quanto funcionários — esses últimos, inclusive, fizeram uma grande manifestação em 2018 demandando uma mudança por parte da empresa nesses casos. O assunto ainda não foi resolvido, com o Google recentemente negando que funcionários envolvidos nas manifestações tenham sido posteriormente alvos de retaliação.

De acordo com o BuzzFeed News, um processo de outubro feito por Rie Hirabaru Rubin, ex-mulher de Andy Rubin, alega que ele e seu ex-advogado estavam engajados em uma conspiração para “convencê-la a assinar um acordo pré-nupcial que a impediria de compartilhar os ganhos financeiros de seu marido”. A ação também alega que Andy mentiu sobre seus ganhos financeiros, chegando inclusive a abrir uma conta bancária separada um pouco antes de sua saída do Google em 2014. Ele teria usado essa conta para pagar as mulhereses. Rie Rubin quer que a Justiça considere inválido o acordo pré-nupcial. Diz o BuzzFeed News:

Rie Rubin, que também havia pedido divórcio em uma corte familiar separada, também está processando para invalidar o acordo pré-nupcial e para potencialmente reivindicar uma parte do patrimônio de Andy Rubin, que está estimado em cerca de US$ 350 milhões.

Embora o processo não explicite que o Google pagou US$ 90 milhões como parte do seu pacote de saída da empresa devido a uma investigação por má conduta sexual, ele diz que “Rubin ocultou sua renda” e que sua esposa “não entendeu o total escopo das finanças dele”. Rie Rubin também alegou que seu marido abriu uma conta de banco separada alguns meses antes de deixar o Google em outubro de 2014 para receber seus rendimentos e fazer “centenas de milhares de dólares em pagamentos para outras mulheres”.

Como notado pelo Verge, uma das partes mais preocupantes do documento é que Andy Rubin recomendou seu ex-advogado a Rie Rubin para lidar com o acordo pré-nupcial, não deixando claro que ele o representava antes do divórcio. O processo alega que o acordo pré-nupcial foi feito para excluir grande parte do patrimônio de Andy, incluindo ganhos do que “parece ter sido resultado da aquisição da Danger pela Microsoft” — Andy era cofundador da Danger.

No entanto, uma das alegações mais preocupações é que Andy mantinha “casos com múltiplas mulheres” e eles tinham “um relacionamento de propriedade com outras mulheres nos quais [Andy] Rubin pagaria pelas despesas delas em troca de elas saírem com outros homens”. O ex-executivo do Google é acusado de comandar muito mais do que uma rede sexual. Isso se encaixa na reportagem do New York Times, que mencionou que Rie Rubin o acusava de tal conduta e que ainda incluía uma captura de tela de um e-mail de agosto de 2015 de uma de suas supostas amantes:

O processo incluía uma captura de tela de um e-mail de agosto de 2015 do senhor Rubin para uma mulher. “Você ficará feliz por ser cuidada”, escreveu ele. “É como se você fosse minha propriedade, e eu posso emprestá-la para outras pessoas.”

A juíza Susan Greenberg, da corte de San Mateo (na Califórnia), revelou os documentos relacionados ao caso nesta terça-feira (2), mas disse aos advogados de Rie Rubin registrarem uma queixa alterada removendo algumas das acusações mais ultrajantes, escreveu o BuzzFeed.

“Esta é uma disputa de direito familiar envolvendo uma esposa que se arrepende da decisão de ter feito um acordo pré-nupcial”, disse a equipe de advogados de Andy ao Verge e ao BuzzFeed News em um comunicado. “Este processo deveria ser julgado inteiramente em uma corte familiar.”

Em um comunicado adicional ao Verge, os advogados de Rubin adicionaram que “esta é uma disputa familiar (…) cheia de mentiras e que estamos ansiosos para dizer o nosso lado da história”.

[BuzzFeed News/The Verge]

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