Animações estão em alta pela escassez de filmes: confira agenda de lançamentos
A greve dos roteiristas da WGA (Associação de Escritores da América) segue a pleno vapor na cobrança por mais direitos trabalhistas e regulamentações para uso da inteligência artificial. O movimento também conta a parceria dos atores de Hollywood contra os estúdios. Em meio a isso, um setor parece se reinventar: as animações.
“Elementos”, da Disney e da Pixar, é um exemplo. Estreou mal, com a pior marca do estúdio Pixar em 28 anos. Se recuperou ao chegar no streaming Disney+ – virando a maior estreia do ano até agora no streaming da companhia – e ganhar fôlego nas salas de cinema, como mostrou o Giz Brasil.
Netflix aposta em animações
A Netflix anunciou animações para o seu catálogo de 2023, 2024 e 2025.
Este ano contará ainda com os lançamentos de “Leo” (21 de novembro de 2023) e a sequência da nostálgica animação “A Fuga das Galinhas : A Ameaça dos Nuggets” (15 de dezembro de 2023). Ela ainda deve trazer “The Bad Guys – Especial de Férias” no final do ano.
Já 2024 terá “In Your Dreams”, “Orion and the Dark”, “That Christmas”, “Thelma the Unicorn” e “Ultraman”. Os destaques são o spin-off de Bob Esponja com “Saving Bikini Bottom: The Sandy Cheeks Movie” e a dupla”Wallace & Gromit” em forma de filme novamente.
It’s Sandy’s time to shine!
Here's your first look at Saving Bikini Bottom: The Sandy Cheeks Movie — featuring @SpongeBob SquarePants — premiering in 2024. pic.twitter.com/ahUSAYy5Y2
— Netflix (@netflix) April 25, 2023
Em 2025, a lista aumenta. Os lançamentos devem contar com “The Twits”, “I, Chihuahua”, “K-Pop: Demon Hunters”, “Onyeka And The Academy Of The Sun”, “Pashmina” e “Steps”.
Também em 2025, a animação “Sulwe” chegará no streaming. Ela será inspirada no livro da atriz Lupita Nyong’o. Outro destaque é “The Buried Giant” – dirigida por Guilherme Del Toro.
O ano ainda terá “The Family Treehorn”, “The Goon”, “A Fera do Mar 2”, “The Witcher: Sirens of the Deep”, “The Witch Boy” e “TREES!”.
Bons números e agito no mercado
A boa audiência pode ser explicada pela divulgação mais forte. Sem novas opções de filmes – vetadas pelas rígidas regras aos atores do SAG-AFTRA e à dubladores –, as animações se tornam uma alternativa ao público que assiste em massa e traz ganhos aos estúdios: “Elementos” conseguiu arrecadar U$ 484 milhões até o momento.
A Disney e a Pixar ainda devem lançar as animações “Elio” e “Divertida Mente 2” no próximo ano.
Outros estúdios também se movimentam. Em junho, a Warner Bros contratou Bill Damaschke para presidente de longa-metragem de animação. Logo em seguida, ele anunciou uma reformulação da marca da divisão de filmes.
Animação sob holofote da greve e das mudanças
A greve promovida pelo sindicato dos roteiristas não teve adesão dos responsáveis por animações. Segundo o Deadline, o The Animation Guild, sindicato independente de animadores, se mostrou solidário à causa. Os roteiristas de séries animadas discutiram sobre a confusa forma como os sindicatos os cobrem – ou não.
“Por alguma estranha medida, os programas de animação são cobertos pelo Animation Guild ou pelo WGA e, estranhamente, são os estúdios que decidem qual deles, e não os próprios roteiristas”, opinou o produtor executivo de séries animadas Michael Jamin.