Animais de estimação são eternizados por clonagem; entenda
Bichos de estimação são como membros da família. Para os pais de pet, a dor de perdê-los é similar àquela sentida quando um ente querido se vai.
Mas a ciência tem dado um jeito de amenizar esse sentimento por meio da clonagem de animais. Hoje, basta uma pequena amostra de tecido do cão ou gato para que um bichinho idêntico seja gerado.
A Coreia do Sul é líder na área, tendo produzido seu primeiro cão clonado em 2005. Em 2019, a empresa Sinogene, da China, também deu início a duplicação de animais domésticos. Nos Estados Unidos, a primeira e única companhia a realizar o procedimento é a ViaGen Pets and Equine, que funciona no Texas desde 2015.
Para clonar o animal, os cientistas cultivam suas células em laboratório e depois a injetam em um óvulo sem núcleo. O óvulo passa por uma série de processos até se tornar um embrião. Depois de alcançar esse estágio, ele é colocado no útero de uma barriga de aluguel, que gera a cópia do animal.
O procedimento é para poucos. A ViaGen, por exemplo, cobra US$ 50 mil (R$ 230 mil) para clonar cachorros, US$ 30 mil (R$ 140 mil) para gatos e US$ 85 mil (R$ 400 mil) para cavalos. Para ter uma ideia, famosos como Barbra Streisand e Simon Cowell já criaram cópias de seus bichinhos com a empresa.
Não se engane: visualmente, o novo animal é idêntico ao anterior, mas seu comportamento pode variar bastante. Eles são como irmãos gêmeos que passam por experiências de vida diversas e, consequentemente, desenvolvem personalidades diferentes.
A clonagem de animais traz à tona preocupações éticas. Penny Hawkins, especialista em bem-estar animal da Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals do Reino Unido, explicou à BBC que o preparo da fêmea para receber o óvulo pode ser doloroso e angustiante. Além disso, o processo leva mais animais a serem comercializados, enquanto diversos outros passam a vida inteira em abrigos.
Em janeiro de 2022, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5010/13, do Senado brasileiro, que regulamenta a pesquisa, a produção e a venda de animais domésticos clonados de interesse comercial, como bovinos, búfalos, cabras, bodes, ovelhas, cavalos, asnos, mulas, porcos, coelhos e aves.
Os cães e gatos, por sua vez, ainda não podem ser clonados no país.