Um estudo realizado por pesquisadores da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), no Reino Unido, e da Academia Chinesa de Ciências concluiu que o dugongo, um mamífero marinho que inspirou a lenda das sereias, tornou-se funcionalmente extinto na China. Isso significa que não há animais suficientes para reprodução e consequente manutenção da espécie.
A equipe conversou com 788 pessoas que vivem nas regiões costeiras em que o animal costumava aparecer. Apenas três dos entrevistados relataram ter visto o dugongo nos últimos cinco anos. Enquanto isso, o último avistamento verificado por cientistas ocorreu em 2000. O artigo completo foi publicado no The Royal Society Publishing.
O comportamento relaxado do animal fez com que ele se tornasse vulnerável a caçadores que queriam sua pele, ossos e carne. O declínio da espécie fez com que autoridades começassem a monitorar a pesca em 1988, mas a destruição de seu habitat não permitiu que o dugongo se reerguesse.
As ervas marinhas constituem a base da dieta do animal. Porém, a poluição industrial e agrícola tem bloqueado a entrada de raios solares na água, impedindo a fotossíntese da planta e, consequentemente, diminuindo a oferta de alimento para o mamífero.
De acordo com o Instituto de Oceanologia do Mar da China Meridional, as fêmeas de dudongo podem ter inspirado a lenda das sereias devido a forma que amamentam seus filhotes. A dupla, quando vista de longe, assemelha-se a figura de uma mulher com a cabeça e os seios para fora da água segurando seu bebê.
O mamífero ainda pode ser encontrado em outras partes do mundo, mas essas populações também correm o risco de desaparecer. Agora, os cientistas sugerem que a classificação do dugongo passe de “vulnerável” na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) para “criticamente ameaçado”.
Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.
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