Um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que a quantidade de gelo desprendida na Antártida atingiu nível recorde. A região perdeu cerca de 8,3 trilhões de toneladas de gelo em um período de 25 anos.
Isso significa que, em um quarto de século, Antártida perdeu uma quantidade de gelo equivalente à área do estado do Mato Grosso em 2023.
Esse derretimento massivo é atribuído ao aumento das temperaturas globais e à consequente erosão das plataformas de gelo. Elas funcionam como barreiras protetoras para as geleiras maiores.
A situação é agravada pelo fato de que o gelo marítimo que circunda a Antártida alcançou níveis muito inferiores aos já registrados, transformando a região de uma ‘geladeira’ que reflete a energia solar, para um ‘aquecedor’ que absorve mais calor.
Isso não só contribui para o aquecimento do planeta, mas também afeta a biodiversidade marinha e os padrões climáticos globais.
“A Terra está emitindo um pedido de socorro”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, acrescentando que o relatório da OMM “mostra um planeta à beira do abismo”.
Degelo na Antártica pode elevar o nível do mar
Uma pesquisa publicada na revista Science Advances diz que o colapso total de um manto de gelo crucial na Antártica pode significar que o nível do mar subiria 30% a mais do que os cientistas preveem atualmente.
Além disso, as previsões apontam que, até o final deste século, o aumento do nível do mar pode ser 20% maior do que o esperado.
O estudo fala sobre como o derretimento na camada de gelo da Antártica Ocidental vai afetar a crosta terrestre. As previsões atuais dizem que isso vai propiciar um aumento do nível do mar em 3,3 metros se derreter totalmente nos próximos mil anos.
No entanto, de acordo com observações desse estudo recente, os cientistas já trabalham com a hipótese dessa quantidade aumentar em 1 metro, totalizando 4,3 metros.
Pensando nesses dados, a OMM e outros cientistas estão soando o alarme vermelho para o clima. Insistindo na necessidade de ações imediatas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global.
O derretimento do manto de gelo da Antártida Ocidental, por exemplo, é considerado inevitável. E as águas mais quentes do Mar de Amundsen estão previstas para causar ainda mais erosão nas plataformas de gelo.