Após remdesivir, Anvisa aprova coquetel de anticorpos para tratar Covid-19

Desenvolvido pela farmacêutica Roche e agora aprovado pela Anvisa, o coquetel Regn-CoV2 contém os medicamentos carisivimabe e o imdevimabe.
Amostras de sangue prestes a serem testadas para anticorpos contra o coronavírus em uma clínica em Moscou em 15 de maio de 2020. Crédito: Vasily Maximov (Getty Images)

Após aprovar o remdesivir como medicamento contra a Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira (20) o uso emergencial de mais um remédio para tratar a doença.

Desenvolvido pela farmacêutica Roche, o coquetel Regn-CoV2 contém o carisivimabe e o imdevimabe. O uso será restrito a hospitais, com aplicação intravenosa, e indicado na fase inicial da doença. O ideal é que ele seja administrado dentro de 10 dias após o início dos sintomas, sendo possível verificar os benefícios no segundo dia de aplicação.

Os medicamentos que compõem o coquetel recém-aprovado são anticorpos monoclonais. Isso significa que, ao contrário das vacinas, o objetivo não é prevenir a doença, mas neutralizar o vírus para conter a sua propagação nas células infectadas e, assim, evitar que a doença evolua para um quadro mais grave.

O tratamento com o Regn-CoV2 é indicado para pessoas com mais de 12 anos, peso mínimo de 40 kg e que não necessitem de suplementação de oxigênio. Além disso, os pacientes deverão ter um teste positivo para Covid-19 confirmado por laboratório e apresentar alto risco para desenvolver um quadro grave da doença.

No caso dos pacientes já considerados graves, esses tipos de medicamentos não são recomendados, já que podem piorar a condição de pessoas hospitalizadas.

Os resultados dos testes clínicos mostraram que a dose de 1.200 mg do Regn-CoV2 reduziu o número de hospitalizações e mortes relacionadas à Covid-19 ou outras causas em 70,4% em comparação com o grupo placebo. Já a dose de 2.400 mg resultou em uma redução de 71,3%.

A dose recomendada pela Anvisa é de 1.200mg — 600 mg de casirivimabe e 600 mg de imdevimabe — com infusão intravenosa única.

A Anvisa não é o primeiro órgão regulatório a aprovar o coquetel. A Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, já havia concedido a autorização de uso emergencial em pacientes com sintomas leves e moderados. O Regn-CoV2 foi utilizado, inclusive, no tratamento do ex-presidente Donald Trump.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também chegou a recomendar o uso do Regn-CoV2, enquanto Canadá e Suíça já obtiveram a autorização para uso emergencial.

A diferença em relação às aprovações dos Estados Unidos e da Europa está na dose. Lá fora, são utilizados 1.200 mg de cada substância — o dobro do recomendado pela Anvisa. De acordo com a agência brasileira, isso se deve aos novos dados de eficácia do estudo de fase 3, que foram disponibilizados antes da aprovação.

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Em relação à segurança do coquetel, as taxas de reações relacionadas ao medicamento ficaram abaixo de 0,3%. Segundo a Anvisa, os dados clínicos apresentados foram suficientes para que a autorização de uso emergencial fosse emitida.

No caso das novas variantes do SARS-CoV-2, os dados atuais são de estudos feitos em laboratório e mostram uma boa capacidade de neutralizar as cepas do vírus. No entanto, ainda não foram realizados testes em pessoas.

[G1 1 e 2]

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