Anvisa aprova novo tratamento de câncer que usa células geneticamente modificadas

Segundo a Anvisa, o medicamento é mais um produto contra o câncer que utiliza as células T modificadas dos pacientes
Imagem: Anvisa/Reprodução

Na reta final do ano de 2023, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou a aprovação do registro de um novo remédio à base de células modificadas geneticamente para tratamento do câncer.

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Trata-se do medicamento de terapia gênica TECARTUS (brexucabtageno autoleucel), do laboratório Kite. Os médicos usam ele no tratamento de adultos com linfoma de células do manto (LCM). Ele é indicado quando os sintomas ou a doença retornam ou quando não respondem após dois ou mais tratamentos anteriores.

O LCM é um subtipo agressivo de linfoma não Hodgkin que se desenvolve a partir de linfócitos B anormais. Este é o primeiro produto de terapia avançada indicado para o tratamento desse tipo de câncer raro no país.

O Brasil também aprovou o TECARTUS para o tratamento de leucemia linfoblástica aguda (LLA) recorrente ou sem resposta às terapias anteriores.

Como funciona o novo remédio contra o câncer

De acordo com a a Anvisa, o medicamento é mais um produto de terapia gênica que utiliza as células T geneticamente modificadas dos pacientes. O objetivo é produzir uma proteína denominada receptor antigênico quimérico (do inglês Chimeric Antigen Receptor, CAR).

Essa proteína ajuda as células T a se ligarem a uma proteína presente nas células cancerosas — denominada CD19 — para promover a eliminação do câncer do organismo do paciente.

Resumidamente, a terapia por células CAR-T envolve a coleta de células T do sistema imunológico. Posteriormente, é necessário transportar o material para uma central especializada, sendo todas, até o momento, localizadas fora do Brasil. Nesse local, realiza-se a modificação genética antes de trazer as células de volta para, finalmente, infundi-las no paciente.

Em outras palavras, essa modificação genética reprograma a célula para reconhecer e combater o tumor. Dessa forma, o próprio organismo do paciente torna-se um tratamento contra o câncer.

Aliás, ele é o quarto produto de terapia gênica com células CAR-T aprovado pela Anvisa. Os medicamentos complexos, à base de células CAR-T, pertencem a nova categoria de medicamentos. Eles são denominados produtos de terapias avançadas, atuando como imunoterapias personalizadas.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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