Anvisa autoriza Instituto Butantan a iniciar testes de soro anti-Covid em humanos

O Butantan já dispõe de 3 mil frascos para iniciar os testes, que serão feitos com pacientes transplantados de rim e com comorbidades.
Coronavírus. Crédito: Prasesh Shiwakoti (Unsplash)
Coronavírus. Crédito: Prasesh Shiwakoti (Unsplash)

Em março deste ano, o Instituto Butantan havia submetido um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar testes com humanos de um soro anti-Covid. A autorização foi concedida nesta terça-feira (25) e os testes devem começar já na próxima semana.

Conforme explicamos aqui, o soro é feito a partir do plasma de cavalos e tem como objetivo amenizar os sintomas de pacientes já infectados; ele não é capaz de curar ou prevenir a doença.

O Butantan já dispõe de 3 mil frascos para iniciar os testes, que serão feitos com pacientes transplantados de rim, no Hospital do Rim, e em pacientes com comorbidades do Hospital das Clínicas. Com a autorização, o soro poderá ser aplicado nas pessoas infectadas para que a dose necessária seja determinada posteriormente.

Conforme apontado pelo G1, essa é a primeira vez que a Anvisa analisa um pedido de autorização de um soro, já que aqueles que são utilizados atualmente já haviam sido aprovados por órgãos internacionais quando a agência foi criada. No caso, os testes só foram liberados após o Butantan realizar adequações que haviam sido solicitadas pela Anvisa.

Como os testes clínicos serão realizados apenas no Brasil, a avaliação da proposta do Butantan não contou com a participação de nenhuma agência estrangeira.

Como funciona o soro desenvolvido pelo Butantan

O primeiro passo para criar o soro do Butantan é inativar o vírus SARS-CoV-2 por radiação e injetá-los em cavalos. Exatamente pelo fato de estar inativo, o vírus não prejudica os animais e nem se multiplica no organismo; a ideia é apenas estimular a produção de anticorpos.

A partir de então, o plasma sanguíneo contendo as proteínas de defesa produzidas pelos cavalos é extraído e submetido a uma série de processamentos para que o produto final seja apenas os anticorpos capazes de combater o vírus.

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Vale lembrar que esse não é o primeiro soro desenvolvido para uma doença que já conta com uma vacina — alguns exemplos são difteria e tétano. O objetivo é que a vacina e o soro atuem de forma complementar, ajudando a prevenir novas contaminações e tratar aqueles que já foram infectados ao mesmo tempo.

[G1]

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