Aprender a tocar um instrumento pode aumentar sua memória

Estudo americano que analisou grupo de idosos sugere que aulas de ritmo geraram ganhos em sua memória de curto prazo
Aprender a tocar um instrumento pode aumentar sua memória de curto prazo
Imagem: Burst/Unsplash/Reprodução

A prática e a dedicação a um instrumento musical levam à perfeição. Mas não é só isso: a ciência sabe que treinar violão, flauta ou bateria, por exemplo, também estimula certas áreas do cérebro ligadas à criatividade, memorização e percepção sensorial.

Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, decidiram investigar esse potencial em um novo estudo. Para isso, recrutaram 47 voluntários idosos, com idades entre 60 e 79 anos para serem acompanhados durante oito semanas. 

Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. No primeiro, os voluntários jogavam um game para treinar seu ritmo musical em um tablet. O jogo simulava aulas de tambor com um professor. 

O outro grupo passaria todo o período realizando jogos de caça-palavras. Nenhum dos participantes do estudo tinham conhecimento prévio sobre música. 

Os voluntários também passaram por dois testes de memória, um no início e outro no final do estudo. Nessas atividades, os idosos precisavam lembrar de um rosto ao qual haviam sido apresentados segundos antes. 

E lá estava o resultado. O grupo que jogou o game de treinamento de ritmo apresentou uma melhora de cerca de 4% quando comparadas as pontuações, enquanto aqueles que fizeram caça-palavras não tiveram mudanças significativas. Os resultados foram publicados na revista científica PNAS.

Os cientistas compararam os dados de ondas cerebrais registrados antes e depois do treinamento. Então, notaram um aumento da atividade no lobo parietal superior direito, uma área do cérebro associada à codificação de informações visuais e atenção.

O estudo é relativamente pequeno, mas já aponta para o potencial do aprendizado musical em melhorar a capacidade de memória do cérebro. Testes maiores devem ser realizados para confirmar a relação e, no futuro, ajudar médicos a retardar o esquecimento de curto prazo em idosos.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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