As aranhas marinhas são parte de um grupo de animais pouco estudados — principalmente pelo fato de seus fósseis serem extremamente raros. Ainda assim, pesquisadores encontraram novas informações sobre sua jornada evolutiva em fósseis da região de La Voulte, na França.
A coleção de fósseis de aranhas marinhas recém-encontrada tem 160 milhões de anos, e apresentou características morfológicas semelhantes às de algumas espécies vivas. Com outros grupos de fósseis mais antigos destes animais não havia acontecido o mesmo.
Pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, utilizaram dois métodos para examinar a composição dos fósseis: a microtomografia por raio-X e imagens de transformação por reflexão. Com isso, eles puderam aumentar a visibilidade de características discretas em sua superfície. As técnicas também permitiram ‘olhar no interior’ da rocha.
Depois, o grupo reconstruiu um modelo 3D do espécime fossilizado. As semelhanças na estrutura dos organismos confirmaram que os pycnogonídeos — nome científico das aranhas marinhas — de La Voulte são parentes próximos de algumas espécies que ainda vivem hoje.
Aranhas marinhas do período Jurássico
Agora, os pesquisadores pretendem investigar a diferença entre as sequências de DNA das amostras, para estimar o momento da evolução que liga essas espécies. Líder do estudo, contou que a técnica recebe o nome popular de análise molecular do relógio.
Esse é um termo usado para nomear uma técnica que usa a taxa de mutação de biomoléculas para deduzir em qual período na história duas ou mais espécies divergiram. Isso pode ajudá-los a entender, por exemplo, como sua diversidade foi afetada pelos diferentes acontecimentos ao longo da história da Terra.
“Mas, assim como um relógio real, ele precisa ser calibrado. Basicamente, precisamos dizer ao relógio: ‘Sabemos que naquela época, esse grupo já existia’. Graças ao nosso trabalho, agora sabemos que Colossendeidae e Endeidae já existiam no período Jurássico”, explicou Dr Romain Sabroux, líder da pesquisa, ao SciTechDaily.
Eles também planejam investigar outros fósseis de aranhas marinhas, como o grupo de Hunsrück Slate, na Alemanha, que remonta a cerca de 400 milhões de anos atrás.