Arqueólogos descobrem dragão chinês do neolítico feito de conchas

Cientistas acreditam que dragão de conchas de mexilhões seja um símbolo da Cultura Hongshan, que viveu entre 4700 a 2900 a.C, na China
Arqueólogos descobrem dragão chinês do neolítico feito de conchas
Imagem: Inner Mongolia Daily/ Reprodução

Um dragão feito de… mexilhões? Sim, é isso mesmo. Pesquisadores encontraram o artefato durante as escavações em um sítio arqueológico de Caitaopo, na cidade de Chifeng, que fica na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China.

Para os arqueólogos chineses, a descoberta remonta à Cultura Hongshan, que viveu no país no período Neolítico, entre 4700 a 2900 a.C. Esse povo é conhecido por seus trabalhos artesanais – inclusive dragões – feitos na pedra jade. 

Além disso, pesquisadores da China acreditam que essa cultura desempenhou um papel muito importante na formação e no desenvolvimento da civilização chinesa antiga. 

Como é o dragão de mexilhões

Com cerca de 20 centímetros de comprimento, o dragão é como um quebra-cabeça de conchas. Ou seja, ele se encaixa a partir da estrutura de vários mexilhões, que compõem sua cabeça, corpo e cauda, de maneira estendida.

Ele difere das esculturas de dragão da Cultura Hongshan da China, feitas em jade. Geralmente, elas são trabalhadas em formato de C, com o animal se enrolando da cabeça até a cauda. A nova descoberta, no entanto, não é assim, o que faz os arqueólogos acreditarem que remonta a um período bem mais antigo.

Além do material e formato, o novo dragão também apresenta novidades em termos de técnicas de escultura e estilo. Segundo os pesquisadores, ele é mais delicado e realista, e os detalhes dos dentes, cauda e outras partes da escultura são sutis.

Junto ao dragão, arqueólogos da China também encontraram fragmentos de duas cerâmicas típicas da Cultura Hongshan.

O que a descoberta significa?

De acordo com Song Jinshan, presidente do Instituto de Relíquias Culturais e Arqueologia da Mongólia Interior, ” a descoberta é uma importante contribuição que preenche uma lacuna no conhecimento dos arqueólogos sobre o símbolo do dragão dentro da Cultura Hongshan primitiva”.

Posteriormente, as novas evidências permitirão que cientistas analisem o uso deste símbolo nesta cultura em específico. Até agora, eles acreditavam que o povo Hongshan utilizava os famosos dragões de jade em formato de C em rituais. Dessa forma, faziam as peças para serem expostas em locais de cerimônias sagradas.

Já o novo dragão feito de conchas pode representar os símbolos utilizados em crenças mantidas por comunidades mais pobres, ainda que dentro da mesma cultura.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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