Arqueólogos descobrem sala do trono para líder feminina de 1.300 anos
Em uma escavação em Pañamarca, no Peru, arqueólogos encontraram uma sala do trono com evidências sugerindo que uma mulher governou o local há mais de 1.300 anos.
O sítio arqueológico de Pañamarca foi um centro político e religioso da antiga cultura Moche, que floresceu ao norte do Peru durante séculos, mas não chegou a constituir um reino ou império. Mesmo assim, a cultura Moche construiu grandes estruturas muito antes dos Incas conquistarem os Andes. Uma dessas estruturas é a sala do trono, com decoração elaborada e pinturas em murais que mostram cenas específicas.
De acordo com os arqueólogos, as pinturas dos murais são evidências que indicam que “uma mulher usava o espaço, sendo, possivelmente, quem governava”.
Evidências na sala do trono indicando do governo de uma mulher
Jessica Ortiz, diretora de pesquisa do projeto de escavação no Peru, afirmou que os arqueólogos encontraram uma sala do trono com pilares que se alinhavam aos murais com pinturas de “uma mulher poderosa entrelaçada a uma criatura marinha” e representações de uma Lua Crescente. Um dos murais mostra a mulher sentada no trono recebendo visitantes.
Além disso, os arqueólogos encontraram a presença de cabelos e marcas de desgaste na pedra que indicam que o trono foi, de fato, usado por uma pessoa.
Os traços de desgaste, segundo os arqueólogos, são a parte mais impressionante da descoberta porque não há “uma única superfície no local sem pintura”.
“Tudo foi pintado e decorado com cenas e personagens mitológicos”, afirmou Jose Ochatoma, um dos arqueólogos do projeto.
De acordo com os arqueólogos, a sala do trono data do século 7. No período, a cultura Moche era dominante nos vales litorâneos do Peru.
Os arqueólogos afirmaram que a escavação apresentou iconografias inéditas do período da América pré-Hispânica.