Pesquisadores britânicos da Universidade de Glasgow estão revolucionando o cenário espacial com o teste bem-sucedido de um protótipo de foguete autoalimentador, chamado Ouroborous-3.
Os pesquisadores testaram o protótipo na Base Aérea de Machrihanish, na Escócia, demonstrando sua capacidade. Durante os testes, o foguete produziu 100 newtons de empuxo.
Os 100 newtons de empuxo podem levantar aproximadamente 10,20 kg da superfície da Terra. Uma versão mais potente do foguete já está em desenvolvimento.
Este inovador motor, batizado em homenagem à antiga criatura mítica que come o próprio rabo, promete representar um avanço significativo na redução de custos e detritos espaciais.
Entenda como funciona
Funciona da seguinte forma: o Ouroborous-3 queima oxigênio gasoso e propano líquido em seu motor, mas o que o torna diferente é o método único pelo qual se autoalimenta.
Ao derreter a estrutura de suporte do foguete, feita de um tubo de plástico, e queimando esse material, o foguete ganha entre 5% e 16% adicionais de combustível. Essa inovação resulta em um equipamento mais leve no lançamento, proporcionando mais espaço para cargas úteis.
O professor Patrick Harkness, líder do desenvolvimento do Ouroborous-3 na Escola de Engenharia James Watt da Universidade de Glasgow, destaca a importância desse avanço.
“Nossos testes mostram que o Ouroborous-3 pode queimar uma quantidade muito semelhante de sua própria massa estrutural como propulsor. Se pudéssemos disponibilizar pelo menos parte dessa massa para carga útil, seria uma perspectiva atraente para futuros projetos de foguetes”, disse ao portal Space.
Tecnologia mais limpa
Além disso, a queima eficiente da estrutura do foguete significa que ele produz consideravelmente menos detritos do que os foguetes convencionais, que deixam detritos na órbita terrestre após o lançamento.
A tecnologia autoalimentadora não apenas oferece uma solução inovadora para foguetes convencionais, mas também abre a possibilidade de criar foguetes sob medida para pequenos satélites.
Atualmente, esses satélites menores dependem de caronas em missões maiores, mas o Ouroborous-3 pode mudar esse paradigma.