Ciência

Astrofísico encontra desenho de galáxia em caixão egípcio

De acordo com o astrofísico, os desenhos podem ser a representação mais antiga da Via Láctea.
Imagem: Museu Arqueológico de Odessa/Reprodução

O astrofísico Or Graur, da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, analisou pinturas em caixões egípcios e encontrou o que pode ser o desenho mais antigo da nossa galáxia.

Em um estudo publicado no último dia 30, Graur sugere que os antigos egípcios desenhavam Nut, a deusa do céu, com representações visuais da Via Láctea. O astrofísico analisou 125 desenhos de Nut em 555 caixões egípcios, alguns com mais de cinco mil anos, descobrindo uma relação entre as imagens com a nossa galáxia.

Alguns desenhos mostram uma curva preta e ondulada que divide o corpo celestial de Nut. De acordo com Graur, tais desenhos em caixões egípcios representam a “Great Rift”, faixa de poeira que divide a galáxia em duas.

Curva preta representando o “Great Rift”. Imagem: Or Graur/Reprodução

No caixão de uma mulher ligada aos rituais religiosos egípcios, o astrofísico encontrou o desenho que representa a divisão da galáxia. Além disso, em mais quatro caixões do Vale dos Reis, desenhos similares reforçam a conexão entre Nut e a Via Láctea.

Conforme Graur, os desenhos apresentam semelhanças com fotografias contemporâneas da galáxia, com representações das estrelas no corpo de Nut se alinhando às observações espaciais.

Em alguns casos, segundo o astrofísico, os desenhos das estrelas nos caixões aparentam imitar o visual da galáxia. No entanto, Graur ressalta que Nut, pelos desenhos, não representa a Via Láctea.

A divindade, apesar de incorporar representações de elementos astronômicos, não simboliza um fenômeno ou objeto específico.

“Em vez disso, a Via Láctea, bem como o Sol e as estrelas, é mais um fenômeno celestial para decorar o corpo de Nut em seu papel como representação divina do céu”, disse Graur em comunicado.

A interpretação do astrofísico sobre os desenhos nos caixões é mais um exemplo da complexidade astronômica dos antigos egípcios, que misturavam elementos cosmológicos, como a galáxia, com a mitologia.

Desse modo, o estudo apresenta uma nova perspectiva sobre como as civilizações antigas visualizavam e conceituavam estruturas astronômicas muito antes do advento da ciência moderna.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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