Ciência

Descoberta pode revelar o calendário mais antigo da humanidade

Complexo arqueológico de 12 mil anos na Turquia pode conter o calendário solar mais antigo da civilização
Imagem: Claire Murdoch

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, acreditam que as marcações em Göbekli Tepe, na Turquia, tenham um significado importante. O complexo arqueológico semelhante a um templo tem símbolos que podem indicar dias, estações e anos. Dessa forma, o monumento de 12 mil anos pode representar o calendário solar mais antigo da civilização.

Supostamente, os habitantes o fizeram com símbolos para registrar todos os eventos astronômicos, começando a partir de um impacto de um cometa. O evento, por volta de 10.850 a.C., poderia ter iniciado a preocupação com o tempo e as mudanças sazonais. Isso devido a sua contribuição para a mini-era glacial que eliminou várias espécies.

“O evento pode ter desencadeado na civilização o início de uma nova religião e motivar desenvolvimentos na agricultura para lidar com o clima frio”, disse Martin Sweatman, pesquisador-chefe do estudo, em uma declaração. “Possivelmente, suas tentativas de registrar o que viram são os primeiros passos em direção ao desenvolvimento da escrita milênios depois.”

Calendário mais antigo da civilização

De acordo com os registros, eles consideravam o solstício de verão um dia especial. O estudo alega que cada “V” nos pilares pode representar um único dia, dado que um pilar tinha 365 dias. O do solstício foi marcado por um V em volta do pescoço de uma fera parecida com um pássaro, representando a constelação do solstício no período. Assim, o calendário ajudaria a explicar o símbolo “V” comum no pescoço de estátuas próximas a divindades ligadas ao tempo e à criação.

Além disso, as esculturas rastreiam ciclos da Lua e do Sol, que antecedem outras descobertas de calendário desse tipo em milênios. O rastreamento também pode ter mostrado que impactos de cometas acontecem mais quando a órbita da Terra cruza o caminho de fragmentos de cometas circulantes, algo que a ciência moderna provou.

Um dos pilares parece retratar ainda a chuva de meteoros Táuridas, possível fonte do impacto do cometa. Os pesquisadores acreditam que essas sejam provas de que a civilização antiga registrava datas precisamente através do movimento das constelações no céu, 10 mil anos antes de Hiparco da Grécia antiga documentar a oscilação no eixo da Terra em 150 a.C.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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