Astronauta bebendo água na Lua? Estudo aponta para grandes camadas de gelo no subsolo
Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder, nos EUA, sugerem que a atividade vulcânica na Lua pode ter deixado camadas de gelo no solo – uma potencial fonte de água para astronautas no futuro.
Entre dois e quatro bilhões de anos atrás, a Lua era um ambiente bastante agitado. Na época, dezenas de milhares de vulcões entraram em erupção no satélite natural, gerando enormes rios de lava. Esses rios, inclusive, formam os chamados mares lunares – manchas escuras vistas na Lua.
Mas fica a questão: de onde veio o gelo? Estudos anteriores já haviam sugerido que os vulcões podem também ter ejetado nuvens compostas principalmente de monóxido de carbono e vapor de água.
Essas nuvens teriam rodado pelo ambiente lunar, criando atmosferas finas e de curta duração. Os cientistas de Boulder acreditam que toda essa situação levou à formação de geadas – quando a temperatura do ar cai abaixo do ponto de congelamento da água (0° C), transformando o vapor do ambiente em cristais de gelo.
De acordo com estimativas feitas pelos pesquisadores, cerca de 41% da água dos vulcões da Lua pode ter virado gelo. Dessa forma, a reserva existente no interior do satélite teria mais água que o Lago Michigan, o maior lago de água doce dos EUA.
Os cientistas estimam que o gelo esteja entre 5 e 10 metros abaixo da superfície, coberto por regolito lunar. As reservas também parecem estar concentradas nos polos do satélite. O estudo completo, que descreve melhor essas descobertas, foi publicado no The Planetary Science Journal.
Em comunicado, os pesquisadores reforçam a importância de enviar rovers e até mesmo astronautas humanos para escavar a Lua, já que ela pode ser palco para a produção de recursos importantes para a exploração espacial.