Astrônomos da ESA apontam com precisão quando o Sol vai morrer
Um grupo europeu de astrônomos acaba de concluir um novo levantamento que permitiu entender com mais precisão o ciclo de vida do Sol. Segundo os cientistas, nossa estrela está atualmente em sua “meia-idade”, tendo ultrapassado mais de um terço de sua vida.
Para chegar a esta conclusão, pesquisadores recolheram dados das propriedades de centenas de milhões de estrelas da nossa galáxia, a partir do telescópio espacial Gaia, lançado pela Agência Espacial Europeia (ESA), em 2013. Esses dados incluem parâmetros sobre o quão quentes elas são, além do tamanho, massa e idade.
Ao analisar com precisão 5.863 estrelas de massa e composição semelhantes, eles conseguiram prever como o Sol evoluirá no futuro – em outras palavras, quando ele morrerá.
Atualmente, o Sol tem uma idade estimada de cerca de 4,57 bilhões de anos. Segundo cálculos dos astrônomos, a estrela continuará com a mesma aparência atual até atingir 8 bilhões de anos de idade.
A partir daí, devido à falta do combustível hidrogênio para efetuar a fusão nuclear, a estrela começará a esfriar e aumentar de tamanho, se transformando em uma estrela gigante vermelha – quando tiver entre 10 e 11 bilhões de anos de existência.
O Sol chegará ao fim de sua vida logo após a fase de gigante vermelha, quando, eventualmente, ela começará a perder a maior parte de sua atmosfera para se tornar uma anã branca tênue, do tamanho da Terra.
Estimar a morte do Sol também permite entender como será o futuro do nosso planeta. Durante o processo de se tornar em uma gigante vermelha, o Sol aumentará de tamanho, aproximando-se gradualmente e engolindo os planetas Mercúrio, Vênus e, possivelmente, a Terra.
Mesmo que a Terra não seja engolida, o simples fato do Sol aumentar de tamanho exterminará toda a vida nela presente (claro, se ela existir até lá), tornando o planeta completamente inabitável.
As conclusões deste estudo estão disponíveis no ArXiv, e ainda aguarda a revisão por pares. Este é o terceiro levantamento de estrelas feito pelo Gaia desde que chegou ao espaço. A missão consiste em traçar um mapa tridimensional da Via-Láctea, permitindo estudar a composição, formação e evolução da galáxia e de suas estrelas.