Astrônomos identificam a galáxia mais distante já descoberta

A galáxia HD1 está a 13,5 bilhões de anos-luz da Terra, remetendo aos primórdios do Universo
Galáxia mais distante
Imagem: Harikane et al./Center for Astrophysics | Harvard & Smithsonian/Reprodução

Um pontinho vermelho no meio do Universo está sendo classificado por astrônomos como a galáxia mais distante já identificada. Para você ter uma ideia, sua luz leva 13,5 bilhões de anos para viajar até a lente dos telescópios. Considerando que o universo surgiu há 13,8 bilhões de anos essa galáxia foi uma das primeiras a se formar. 

A galáxia, denominada HD1, parece ter surgido apenas 330 milhões de anos após o big bang – o que é um tempo bastante curto em escalas astronômicas. Artigos envolvendo a descoberta já estão disponíveis no site arXiv, e devem ser publicados nas revistas The Astrophysical Journal e Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A galáxia é extremamente brilhante, o que indica que um processo muito enérgico estava ocorrendo lá dentro. Duas teorias podem explicar a origem de sua luz: a primeira sugere que essa seria uma galáxia starburst, ou seja, que está em um processo intenso de formação de estrelas

Mas, para produzir luz na intensidade observada, os cientistas calcularam que deveriam nascer naquele espaço mais de 100 estrelas por ano, um número 10 vezes maior do que o esperado para uma galáxia no início do Universo. 

Por outro lado, astrônomos sugerem que as primeiras estrelas do Universo eram mais massivas, luminosas e quentes do que as estrelas modernas. Se for confirmado que as estrelas da galáxia HD1 pertencem a esse grupo, a teoria se tornará mais aceitável. 

Há ainda uma segunda hipótese: a galáxia pode ser um quasar, uma abreviação para “quasi-stellar radio source” (fonte de rádio quase estelar). Neste caso, o responsável pelo brilho intenso seria um buraco negro supermassivo localizado no meio de HD1.

O problema é que ele teria que ser 100 milhões de vezes mais massivo do que o Sol, o que caracterizaria um buraco negro grande e pesado demais para os primórdios do Universo. 

As observações foram feitas com o Telescópio Subaru, no Japão, Telescópio VISTA, no Chile, Telescópio Infravermelho do Reino Unido e Telescópio espacial Spitzer. Agora, os pesquisadores pretendem utilizar o Telescópio Espacial James Webb para responder questões sobre a origem da antiga galáxia. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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