Até quando o ícone de Salvar será um maldito disquete?

Há um tempo atrás, fazia muito sentido. Era uma época sem internet popular, então “salvar um arquivo” significava, com grande frequência, guardá-lo em uma mídia removível para uso em outro computador. Esta mídia removível era o disquete. Logo, não havia ícone mais apropriado para a ação do que o próprio. Hoje, porém, quanto tempo faz […]

Há um tempo atrás, fazia muito sentido. Era uma época sem internet popular, então “salvar um arquivo” significava, com grande frequência, guardá-lo em uma mídia removível para uso em outro computador. Esta mídia removível era o disquete. Logo, não havia ícone mais apropriado para a ação do que o próprio. Hoje, porém, quanto tempo faz que você não vê um disquete na sua frente? Crianças com idade o suficiente para salvar os seus próprios desenhos no Paint ainda clicam no disquetinho, sem nunca ter conhecido um. Até quando?

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Se você fizer algumas buscas no Google, verá que esta é uma discussão recorrente na internet. Mas isso não quer dizer que se chegou a um consenso. Apenas algumas hipóteses.

Cada vez mais, os nossos dados são armazenados na “nuvem” em vez de HDs, SSDs ou pen drives. Sendo assim, uma das grandes apostas para uma suposta subtituição do ícone de salvar é que ele se tornará uma pequena nuvem, possivelmente com uma setinha apontando para cima. Eu apoiaria. Mas a própria necessidade que eu tive de colocar a palavra nuvem entre aspas no início desse parágrafo deixa claro o motivo dessa não ser uma escolha óbvia. O conceito de armazenamento remoto, que é o que chamamos de “nuvem”, é abstrato demais para se tornar icônico. Abstrato por abstrato, ficamos com o disquete, com o qual já estamos pelo menos acostumados.

Também pode-se pensar que o símbolo do disquete já de desassociou do objeto, representando agora apenas uma ideia. É por isso que ainda usamos símbolos arcaicos como um envelope para emails, e é por isso que ainda chamamos o porta-luvas do nosso carro por esse nome, mesmo que praticamente ninguém guarde luvas nele. São termos que ganharam um novo significado, que significam aquilo que passaram a significar.

Pensando assim, não há nenhuma necessidade de se adotar um novo ícone. Até porque escolher um novo ícone para o ato de salvar, do modo como o conhecemos hoje, seria praticamente impossível. Qualquer objeto no qual possamos pensar, como um cofre ou cadeado, já possui algum outro significado atrelado, ou não faz sentido.

O que teria que mudar não seria o ícone, mas sim a própria ação. E isso é bastante provável que aconteça cada vez mais. A Apple já não usa um ícone de disquete no iPhone e no iPad, não porque o ícone virou outra coisa, mas sim porque tudo está sempre salvo o tempo inteiro. O que desapareceu foi o conceito de “salvar” o seu trabalho, ou o estado de qualquer app que você esteja usando. A mesma coisa acontece em softwares “da nuvem”, como o Google Docs; e o sistema de controle de versões do Mac OS X Lion, assim como a tendência de aproximação cada vez maior dos sistemas operacionais desktop aos tablets, parece apontar para um futuro em que simplesmente não precisaremos sequer pensar na ação, muito menos ter um ícone para representá-la.

Particularmente, eu acho fascinante olhar para a evolução de um pequeno detalhe como este, e pensar em como ela será. O que você acha? O ícone vai mudar? Quando? Que tipo de ícone você gostaria de ver em vez de um disquete? Ou você também acha que o ícone e conceito vão desaparecer? Se sim, acha isso bom ou não? Vamos discutir!

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