Atleta espanhola passa mais de 500 dias isolada em caverna gravando documentário

O objetivo de Beatriz Flamini, que passou 509 dias em uma caverna, era registrar a repercussão mental e física do isolamento humano
atleta espanhola beatriz flamini isolamento caverna
Imagem: Alba Feixas (EFE)

A atleta espanhola de 49 anos Beatriz Flamini, de Madrid, viveu mais de 500 dias de isolamento em uma caverna 10 quilômetros de Motril, na Andaluzia, região no sul da Espanha. Ela deixou o local nesta sexta-feira (14), por volta das 9h, após um enorme período a 70 metros no subsolo, sem sequer tomar banho.

O objetivo de Flamini era registrar a repercussão mental e física do isolamento humano. A aventura, gravada com duas câmeras, será tema de um documentário da produtora Dokumalia, sem previsão de lançamento.

Como foi o isolamento da atleta na caverna espanhola?

Ao todo, foram 509 dias acompanhada somente por luz artificial e hobbies como leitura, desenho e tricot. Beatriz não tinha nenhum contato com o mundo externo – incluindo acesso à internet ou ao horário. Nem mesmo com a equipe da Federação Andaluza de Espeleologia, que cuidava de sua segurança.

Durante o período, de mais de um ano e quatro meses, a espanhola deixou a caverna apenas uma vez, após cerca de 300 dias de isolamento. Ela precisou pausar a experiência por alguns dias devido a um “ruído” em seu aparelho de comunicação, pelo qual informava suas necessidades básicas. Mesmo assim, permaneceu isolada em uma barraca na entrada da gruta.

Foi a própria atleta, que já se isolou em montanhas anteriormente, quem teve a ideia de ficar na caverna. E, com o apoio de uma empresa de Madrid e uma equipe de pesquisadores, monitorou seus ritmos circadianos e sono “nas condições excecionais em que se encontrava”.

O retorno de Beatriz Flamini à sociedade

À imprensa, Flamini descreveu a experiência como “excelente” e “insuperável”, além de revelar que nunca quis deixar a caverna – nem durante a infestação de moscas que enfrentou. “Eu me dou muito bem comigo mesma”, acrescentou, sorrindo.

Ao deixar a caverna, a atleta foi atendida por profissionais da saúde, e logo perguntou quem pagaria por uma rodada de cervejas como comemoração.

“Eu não sei o que aconteceu no mundo (…) continua sendo 21 de novembro de 2021”, disse aos jornalistas. “E ao ver todos vocês com máscara, para mim ainda é (pandemia de) Covid-19”, concluiu ela, que disse ter parado de tentar adivinhar o tempo após cerca de 60 dias.

Em novembro, antes de iniciar o isolamento, ela anunciou sua experiência no Instagram. Veja abaixo:

Com informações de El País, G1 e AP News.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas