Aumento do nível do mar pode inundar R$ 180 bilhões em imóveis nos EUA até 2050
O aumento do nível do mar pode deixar até US$ 35 bilhões em imóveis dos EUA submersos até 2050. O valor equivale a quase R$ 180 bilhões e corresponde a mais de 14 mil quilômetros quadrados de área construída – o mesmo que dois mil campos de futebol.
A estimativa está em um estudo da organização sem fins lucrativos Climate Central. Segundo a pesquisa, as áreas de inundação já alcançam o interior dos EUA. O estado de Louisiana, por exemplo, pode ver 5,7 mil prédios ficarem submersos nos próximos 30 anos.
Os estados da Flórida, Carolina do Norte e Texas também devem sofrer com os estragos nos próximos anos. O condado de Dare, na costa da Carolina do Norte, por exemplo, pode perder 27% da área cultivada por inundação até 2050. O risco é que US$ 875 milhões em imóveis fiquem submersos.
A água também deve cobrir 19% da área de plantação no condado de Monroe, ao sul da Flórida. O prejuízo em perdas de terras e edifícios pode chegar a US$ 700 milhões.
“Há cerca de 30 condados que vão perder mais de 10% de sua área de terra até 2050”, disse Don Bain, consultor da Climate Central. O estudo focou em 2050 porque os padrões que causam o aquecimento global, como o uso de combustíveis fósseis, provavelmente continuarão os mesmos nas próximas décadas.
Perdas aumentam em 2100
Em 70 anos, as perdas por inundações devem ser ainda maiores. Mais de 24,2 mil quilômetros quadrados estarão submersos, aponta a pesquisa. O valor equivale a quase 3,4 mil campos de futebol, ou 3% da área de todo o planeta Terra.
Esse espaço todo inclui 300 mil edifícios e US$ 109 bilhões em imóveis. No geral, a costa do Pacífico, que inclui estados como Califórnia, Oregon e Washington, deve enfrentar a menor perda de terras.
O estudo analisou 328 condados em 25 estados costeiros dos EUA, incluindo Alasca e Havaí. A pesquisa tem base nos modelos de elevação do nível do mar divulgados em 2021 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, na sigla em inglês).
Os pesquisadores cruzaram os dados com o registro de impostos prediais para determinar quais partes enfrentam uma futura ameaça de inundação e qual o valor dos imóveis ameaçados.
Agora, o relatório sugere estratégias para direcionar o desenvolvimento para longe das áreas costeiras e soluções de realojamento da população nas áreas em risco.