Autoridades dos EUA estariam estudando maneiras de impedir monopólio do Google nas buscas
Reguladores estaduais e funcionários do Departamento de Justiça estão supostamente investigando formas de limitar a autoridade do Google no mercado de busca online como parte de uma investigação antitruste.
Gabriel Weinberg, o CEO do motor de busca rival DuckDuckGo, focado em privacidade, disse à Bloomberg que autoridades federais e estaduais abordaram a empresa nas últimas semanas para perguntar sobre a necessidade de o Google fornecer aos consumidores alternativas ao seu motor de busca em dispositivos Android e em seu navegador Chrome.
“Temos conversado com todos eles sobre busca e todos nos fizeram perguntas detalhadas sobre mecanismos de pesquisa”, disse Weinberg à Bloomberg.
O executivo acrescentou que, dada essa linha de questionamento, os funcionários do Departamento de Justiça poderiam estar considerando a possibilidade de exigir que o Google ofereça opções de mecanismos de busca diferentes como parte de um possível acordo futuro.
Em uma declaração, uma porta-voz do Google disse à Bloomberg o seguinte: “continuamos a nos envolver nas investigações em curso […] e não temos quaisquer atualizações ou comentários sobre especulações.”
O Departamento de Justiça vem investigando o domínio do Google na busca online há quase um ano. Em julho de 2019, funcionários do órgão e da Comissão Federal de Comércio iniciaram uma ampla análise para examinar se várias grandes empresas de tecnologia, como Google, Amazon, Facebook e Apple, tinham “reduzido a concorrência, sufocado a inovação ou prejudicado os consumidores” no que diz respeito à busca online, comércio eletrônico e mídia social.
Funcionários do Departamento de Justiça chegaram ao ponto de redigir um processo contra o Google por essas alegações de violações da lei antitruste, de acordo com diversas reportagens. A expectativa é que o processo seja ajuizado nos próximos meses. Tal caso estaria entre as maiores ações relacionadas à monopólio já realizada pelo governo americano.
Várias coalizões de procuradores gerais também iniciaram sua própria investigação sobre o possível poder de monopólio do Google. Além do domínio no setor de buscas, uma investigação liderada pelo Procurador Geral Ken Paxton, que tem o apoio de todos os 50 estados, está examinando o império de publicidade na web da companhia.
“Não há nada de errado em um negócio se tornar o maior se ele o fizer por meio da concorrência do livre mercado, mas temos visto evidências de que as práticas comerciais do Google podem ter prejudicado a escolha do consumidor, asfixiado a inovação, violado a privacidade dos usuários e colocado o Google no controle do fluxo e da disseminação de informações online”, escreveu Paxton em um comunicado de imprensa quando anunciou a investigação em setembro de 2019.
Os usuários europeus do Android já têm a opção de selecionar diferentes mecanismos de busca e navegadores web em seus dispositivos graças a uma decisão da União Europeia de 2018.
As autoridades europeias aplicaram uma multa recorde de € 4,3 bilhões ao Google por violações antitruste e ordenaram à empresa que alterasse suas práticas, acrescentando a chamada “tela de escolha” para os usuários. Se as autoridades americanas avançarem com suas investigações, é provável que olhem para esse acordo para ajudar a determinar a melhor maneira de limitar o domínio do Google online.