Avell Storm X tem desempenho de 1ª categoria, mas bateria decepciona
Embora não seja muito conhecida pela maioria dos consumidores de tecnologia do nosso país, a Avell tem uma participação bastante ativa no mercado local, com destaque para os últimos dez anos, quando, além de se se destacar nos setores de soluções para o mundo corporativo e computação de propósito geral, passou a se sobressair também no setor de produtos gamers.
Na prática, atuar no segmento de hardware dedicado à execução de games é bastante desafiador. Ainda mais quando se trata de agradar o público alvo, que tem maior conhecimento de informações técnicas e é extremamente exigente, ainda mais quando se trata de produtos fabricados por empresas brasileiras — sim, a Avell é brasileira.
Um dos produtos mais interessantes apresentados pela empresa nos últimos anos é o notebook Avell Storm X. Ele é uma máquina muito poderosa com o intuito de executar qualquer tipo de game. Isso inclui títulos que demandam maior poder de processamento e que surpreende bastante, principalmente, quando é exigida ao máximo.
É importante destacar que o produto sofreu uma alteração de nomenclatura no mercado brasileiro. Agora, o modelo em questão é conhecido como Avell Storm 480. Ao invés de apresentar processadores Intel de 13ª geração, como foi o modelo que testamos, o laptop conta com chip de 14ª geração.
Unboxing
A primeira impressão ao retirar o produto da caixa é de que ele aparenta ser muito robusto e bem acabado. O corpo é construído em metal e apresenta uma proposta mais minimalista quando está fechado, apenas com algumas luzes RGB na parte traseira. Mas, além da parte visual, que chama mais a atenção ao retirá-lo da embalagem, é o peso de 2,5 quilos, que já é esperado para um laptop gamer.
O Avell Storm X não é um daqueles notebooks focados em portabilidade. Para executar jogos sem dificuldades, precisa de componentes poderosos aliados a um sistema de refrigeração igualmente capaz e que dê conta do recado. Tudo isso, se reflete em um produto que é pesado e que, sim, vai incomodar ao transportar em mochilas, por exemplo.
Mesmo não tendo um design ultrafino, como os notebooks de propósito geral mais modernos, ele tem visual bastante elegante e ótimo aproveitamento de tela, o que resulta em bordas mais finas. Aliás, na tampa traseira, o produto conta apenas com o logo da marca posicionado de maneira bem simples, o que contribui para o acabamento mais sóbrio.
O dispositivo conta com três entradas USB do tipo A, uma entrada USB tipo C, leitor de cartões SD/SDHC/SDXD, duas entradas P2 para microfone e fone de ouvido, uma porta HDMI e conexão de rede RJ-45, além de compatibilidade com o sistema de resfriamento externo Avell Ice Mod de segunda geração.
Tela e som
O laptop tem uma tela grande de 17,3 polegadas com resolução Quad HD+ (2560×1600) e taxa de atualização de 240 Hz, característica essencial para um público tão exigente e que necessita de fluidez durante suas partidas. Já no primeiro uso o display se mostra interessante e, embora não seja o melhor da categoria, é capaz de reproduzir cores bem vivas, uma vez que cobre 100% do RGB.
As imagens exibidas no display apresentam brilho que não surpreende muito, chegando a no máximo 350 nits. Isso não chega a ser ruim, mas não é muito usual em produtos da mesma categoria.
Normalmente, os dispositivos da linha gamer, sobretudo os da mesma faixa de preço do Avell Storm X, possuem brilho um pouco mais potente. No entanto, inserir uma tela mais brilhante ao laptop poderia impactar bastante no preço final, que não é baixo, tornando-o ainda mais caro.
No geral, a tela é bem interessante. Embora não se destaque muito, é uma boa ferramenta para quem gosta de consumir conteúdo online ou, é claro, jogar. Vale ressaltar também que, pelo tamanho, ela pode, sim, substituir um monitor externo, ao menos para os jogadores menos exigentes.
O Storm X entrega uma experiência de som bastante razoável, mas surpreendeu na reprodução de frequências graves. O produto, no entanto, não possui nada de muito especial neste aspecto, já que o público alvo deve optar por headphones com tratamento especial para jogos durante suas horas de gameplay.
Teclado e touchpad
Para a alegria do público gamer, o Storm X conta com um teclado mecânico — um terror para quem odeia ruído de digitação. Ao contrário dos teclados de membrana, os mecânicos possuem um switches individuais para cada tecla, isso significa que podem responder a comandos simultâneos de maneira muito mais precisa e, por este motivo, é o preferido da comunidade gamer.
Além do feedback tátil, o componente não é silencioso, mas o teclado numérico, embora também seja mecânico, conta com switches um pouco menos barulhentos. A digitação, de forma geral, é bastante confortável e a experiência em gameplays é bastante responsiva. A presença de um teclado mecânico — retroiluminado — é requisito básico em produtos da categoria, ainda mais nessa faixa de preço.
O touchpad também não é algo que se destaca entre os concorrentes, mas entrega uma experiência bastante responsiva e fluida. Embora não seja a opção mais indicada para ter bom desempenho em jogos — muitos jogadores vão preferir mouses desenhados especificamente para games — o produto consegue entregar uma boa experiência de navegação no sistema e também na internet.
Embora o notebook tenha construção externa bastante robusta (em metal) a superfície onde ficam posicionados teclado e touchpad é inteiramente construída em plástico. Isso reduz um pouco da temperatura do notebook quando ele está executando alguma tarefa muito exigente, como durante a execução de jogos, por exemplo.
Desempenho
O dispositivo que testamos vem de fábrica com processador Intel Core I9 de décima terceira geração, mas as novas variantes que chegam ao mercado brasileiro contam com a décima quarta geração. Na prática, isso significa que a família mais recente de processadores oferece melhor desempenho no geral.
A máquina está disponível em versões com até 32 GB de memória RAM e 2 TB de armazenamento interno. A versão que testamos vem equipada com a placa de vídeo NVidia GeForce RTX 4080, mas é possível encontrar modelos em portais de e-commerce equipados com a 4090.
Este conjunto de componentes é responsável por tornar a experiência com o produto bastante fluida e responsiva durante a execução de tarefas corriqueiras, como navegação na internet, por exemplo, e, principalmente, durante a execução de jogos eletrônicos, propósito para o qual o produto foi desenvolvido.
Gameplay
Durante os testes, títulos competitivos como “Counter-Strike 2” e “Valorant”, que em teoria não são tão pesados, o desempenho foi bastante fluido, assim como a responsividade da experiência. Vale destacar que a maioria dos testes foi realizada sem um controlador externo. Ou seja, apenas com teclado do próprio notebook e um mouse gamer de entrada, sem nada de muito especial.
Em jogos mais pesados, foram necessários alguns ajustes para obter uma experiência mais agradável, mas não necessariamente o problema era da máquina. Algumas questões envolvendo a otimização dos games podem ter interferido na gameplay e impactado negativamente a experiência.
Quando foi mais exigido, o notebook esquentou um pouco, algo que deu para sentir ao utilizar ao apoiar as mãos sobre a superfície plástica. Mesmo esquentando mais que o normal, não chegou a incomodar tanto. Embora em alguns games, o jogo tenha oscilado em performance, resultado direto do aumento de temperatura.
A bateria, por sua vez, é um ponto que deixa bastante a desejar, ainda mais considerando todo o conjunto do obra e o preço final do produto, do qual falaremos mais adiante. Com 60 WAH, a única alternativa para jogar por horas sem nenhum problema é manter o Storm X conectado à energia constantemente.
Vale a pena?
O Avell Storm X entrega o que promete. O notebook gamer é poderoso, executando até mesmo os games mais exigentes. Porém, o conjunto tem um preço bastante salgado. Algumas varejistas brasileiras comercializam o produto por valores superiores a R$ 20 mil. Ou seja, está fora da realidade da grande maioria dos brasileiros.
Ainda assim, para quem está disposto a desembolsar a quantia e busca por uma solução gamer um pouco mais “portátil”, a máquina pode ser uma boa opção.
Para quem não deseja gastar tanto e não pensa necessariamente em transportar o seu computador com frequência, pode ser um melhor negócio investir em um desktop. A depender da configuração de hardware, pode ser possível ter um “poder” equivalente — ou até superior — a um preço bem mais acessível.
Jogadores mais casuais talvez fiquem satisfeitos com o display. Por outro lado, os mais experientes podem sentir a falta de compatibilidade com a tecnologia de sincronização adaptativa G-Sync, por exemplo. Ela evita o efeito screen tearing. Além disso, a bateria não é das melhores e, mais cedo ou mais tarde, é um fator que certamente vai incomodar.
No geral, este é um dos notebooks para jogos mais impressionantes no quesito desempenho que já testamos e, mesmo com algumas ressalvas, dificilmente decepcionará seus usuários.
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