Embalado pelo sucesso do Pix, o Banco Central (BC) está preparando o lançamento do “Real Digital”, a versão virtual da moeda brasileira.
Segundo o InfoMoney, o BC acaba de lançar um laboratório para avaliar o uso e a capacidade de operação de projetos com a nova moeda digital. A ideia é que o Real Digital esteja atrelado ao mesmo valor da moeda brasileira tradicional.
Além disso, haverá diferenças importantes entre a nova moeda e outras criptomoedas. A primeira é que o Real Digital será considerado como uma moeda corrente, e não como um ativo arriscado, como ocorre com o Bitcoin, por exemplo. A moeda digital brasileira também será regulada por uma instituição financeira — o Banco Central, no caso — algo que não acontece com os outros criptoativos.
“É quase como se estivéssemos fazendo mais um sistema financeiro para funcionar acoplado ao que temos hoje”, destaca o coordenador dos trabalhos sobre o real digital no BC, Fabio Araujo.
Com o lançamento da Moeda Digital do Banco Central, o Brasil segue a tendência de outros países que estão desenvolvendo moedas digitais, como China, Suécia, Coreia e Japão. Nas Bahamas, uma moeda digital já está em plena operação, o sand dollar (dólar de areia).
Diferentemente do Pix, que teve um desenvolvimento mais ágil, o Real Digital deve demorar para chegar ao consumidor final. O BC ainda precisa criar um ambiente financeiro, bem como implantar sistemas de segurança e privacidade de dados. Mesmo assim, a expectativa é que o Real Digital esteja disponível até o final do ano que vem.
A Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) abrirá um edital em janeiro para selecionar modelos de negócios que poderão ser aproveitados com o Real Digital.
Potenciais aplicações
Por enquanto, ainda não há definições sobre como a tecnologia vai ser utilizada, mas é provável que ela utilize o blockchain, rede que já é usada em criptomoedas.
Entre as diretrizes já definidas, a moeda virtual só poderá ser utilizada em transações eletrônicas e será armazenada em carteiras digitais. O objetivo é criar novas soluções de pagamentos e baratear as já existentes, trazendo benefícios principalmente para os consumidores sem acesso a contas bancárias.
Entre as possibilidades da nova moeda, estão o pagamento de encomendas no momento da entrega, compras por meio de dispositivos (via internet das coisas), além da “tokenização” de investimentos.