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Beyoncé corta palavra de nova música após crítica ativista; veja qual é

Na canção “Heated”, ela usou o termo “spaz”, que entre os americanos significa “pirar” ou “perder a cabeça”, mas no Reino Unido, é uma ofensa às pessoas com paralisia cerebral

Beyoncé

Imagem: Reprodução/Instagram

O sétimo álbum de estúdio de Beyoncé, “Renaissance”, chegou nas plataformas digitais na última sexta-feira, 29 de julho, com aclamação universal entre crítica especializada e público.

Por outro lado, na canção “Heated”, a cantora utilizou o termo “spaz”, que entre os americanos significa algo como “pirar” ou “perder a cabeça”. Só que no Reino Unido, “spaz” é uma ofensa direcionada às pessoas com paralisia cerebral.

A música inclui a palavra “spaz” durante um verso em que Beyoncé canta: “Spazzin’ on that ass, spazz on that ass”.

Na área médica, “spaz” é uma abreviação de “espástico”, uma forma ofensiva de se referir a alguém que tem paralisia cerebral, uma condição do corpo que dificulta o controle dos músculos especialmente em seus braços e pernas.

Agora, segundo informações divulgadas pela Variety, a equipe da cantora confirmou ao site que a letra será removida.

“A palavra, não usada intencionalmente de maneira prejudicial, será substituída”, diz um comunicado da equipe de Beyoncé. O insulto foi bastante criticado por Hannah Diviney, escritora australiana e defensora das pessoas com deficiência, em um artigo publicado no jornal britânico The Guardian.

Para a ativista, o uso da palavra na música pode ajudar a popularizar uma ofensa muito grave no Reino Unido, especialmente porque a cantora é uma potência cultural mundial.

A escritora escreveu: “O compromisso de Beyoncé em contar histórias musicalmente e visualmente é incomparável, assim como seu poder de fazer o mundo prestar atenção às narrativas, lutas e experiências vividas matizadas de ser uma mulher negra –um mundo que só posso entender como um aliado e não desejo para ofuscar. Mas isso não justifica seu uso de linguagem capacitista – linguagem que é usada e ignorada com muita frequência”. 

Anteriormente, a Hannah Diviney já havia criticado Lizzo, que também usou a mesma palavra na música “Grrrls”, de seu último álbum, “Special”. Após a polêmica, a cantora mudou a letra da música e se desculpou publicamente pelo uso dizendo que jamais quis usar uma linguagem depreciativa. “Achei que havíamos mudado a indústria da música e iniciado uma conversa global sobre por que a linguagem capacitista –intencional ou não– não tem lugar na música”, escreveu a ativista, 

“Mas acho que estava errado, porque agora Beyoncé foi e fez exatamente a mesma coisa. Na verdade, ela usou a palavra “spaz” duas vezes em uma nova música “Heated”, uma co-escrita com o rapper canadense Drake”, completou Diviney.

Vale lembrar que essa não é a única polêmica envolvendo o álbum “Renaissance” de Beyoncé. Anteriormente, o disco vazou dois dias antes de sua data oficial de lançamento, e além disso, a cantora Kelis acusou Queen Bee de usar o sampler da música “Milkshake”, de 2003, sem informá-la.

Nos créditos de “Energy”, lançada por Bey em “Renaissance”, constam os créditos de composição para Pharrell Williams e Chad Hugo, dupla de produtores que ficou conhecida como The Neptunes e lançou diversos trabalhos de artistas de hip-hop nos anos 2000.

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