Era um dia normal, em que o biólogo César Favacho estava participando de um simpósio na UFAM (Universidade Federal da Amazônia), em Manaus. Então, enquanto caminhava pelo campus, encontrou um inseto bastante raro: a mariposa bruxa-branca, espécie que pode chegar a 30 centímetros de comprimento na envergadura das asas.
“Vi alguma coisa enorme voando, parecia uma ave, mas quando percebi que embaixo da asa era preto, pensei que poderia ser a bruxa-branca”, contou ao G1. Sua suspeita se confirmou quando o inseto pousou e ele pode ter certeza de qual era a espécie.
O biólogo fez diversos registros e compartilhou em suas redes sociais, nas quais publica conteúdos de sua área de atuação para aqueles que também se interessam pelo tema.
Conheça a mariposa
Da espécie Thysania agripinna, a mariposa bruxa-branca vive em regiões de floresta fechada de quase toda a América Central e do Sul, além de parte da América do Norte. No Brasil, vive na Amazônia e em alguns locais da Mata Atlântica.
Ela costuma utilizar a camuflagem como defesa de seus predadores, que são pequenos mamíferos, aves e répteis. Além disso, tem hábitos noturnos e é inofensiva para humanos.
Seu nome popular, mariposa bruxa-branca, é uma lembrança a outras espécies do inseto que pertencem à mesma família. Elas são mais conhecidas por aparecerem durante à noite nas casas das pessoas e terem asas mais escuras, de forma que receberam o nome de bruxa.
Mas a Thysania agripinna também recebe o nome popular de mariposa-imperador. Para Favacho, isso é uma referência ao seu tamanho e imponência.
No entanto, de modo geral, pouco se sabe sobre a espécie. Trabalhos recentes identificaram pela primeira vez a lagarta da mariposa bruxa-branca. O pesquisador Fernando Carvalho Filho, que trabalha no Museu Paraense Emílio Goeldi, encontrou uma lagarta em Belém e viu a transformação para a mariposa.