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A Boeing vai interromper a produção do avião 737 MAX

A partir de janeiro de 2020, a Boeing vai suspender a fabricação dos aviões 737 MAX, responsáveis pelas tragédias na Indonésia e na Etiópia.

Dezenas de aviões são vistos em aeroporto

Getty Images

A Boeing vai interromper a produção do infame avião 737 MAX nove meses após as autoridades suspenderem voos com passageiros. Este processo ocorreu depois de a aeronave estar envolvida nas tragédias na Etiópia e na Indonésia que, juntas, somam 346 mortes.

O Wall Street Journal informou na segunda-feira (16) que a companhia de aviação decidiu suspender temporariamente a fabricação da aeronave em janeiro de 2020.

As notícias sobre a suspensão da produção do 737 MAX acontecem menos de uma semana depois de o Comitê de Transporte da Câmara dos Representantes dos EUA ter tornado público um relatório da FAA (Administração Federal de Aviação do EUA) de novembro de 2018 com a conclusão de que o 737 MAX cairia a cada dois ou três anos. O relatório da FAA foi realizado em resposta à tragédia de outubro de 2018 com um voo da Lion Air na Indonésia, que matou 189 pessoas. O acidente mortal do voo 302 da Ethiopian Airlines, que matou todos os 157 tripulantes ocorreu meses depois que a FAA concluiu seu relatório condenatório ao avião da Boeing.

A Boeing tem produzido cerca de 40 unidades do 737 MAX por mês e atualmente tem cerca de 400 aviões. Mas esta série não conseguiu obter a aprovação da FAA e de outros reguladores em todo o mundo, e as autoridades não esperam que nenhuma decisão oficial seja tomada antes de fevereiro.

Falhas em torno do sistema de prevenção anti-estol (perda de sustentação) do 737 MAX, o MCAS (ou Sistema de Aumento de Características de Manobra), que pode ter desempenhado um papel chave nos trágicos acidentes, levaram governos ao redor do mundo a não permitir mais voos com o avião da Boeing.

“Sabemos que o processo de aprovação do retorno ao serviço do 737 MAX e de determinação de requisitos de treinamento apropriados deve ser extraordinariamente completo e robusto, para garantir que nossos reguladores, clientes e o público confiem nas atualizações do 737 MAX”, informou a Boeing em um comunicado de imprensa compartilhado com o Gizmodo. “É nosso dever garantir que todos os requisitos sejam cumpridos e que todas as perguntas de nossos reguladores sejam respondidas”.

O New York Times chamou a decisão de “uma das mais importantes na história de mais de 100 anos do fabricante”, uma vez que a Boeing é “a maior exportadora de manufatura dos EUA e o maior componente no Dow Jones Industrial Average [índice da bolsa de valores dos EUA que indica movimentação do mercado americano]”, acrescentando que a mudança para cessar a produção de seu avião mais proeminente poderia “impactar a economia americana”.

Em outubro, a American Airlines disse que esperava voltar a voar com o 737 MAX em janeiro de 2020. A Gol, a única empresa brasileira com aviões 737 Max, também suspendeu por tempo indeterminado os voos com a aeronave.

A Boeing não respondeu à solicitação do Gizmodo para comentar até quando eles esperam deixar a produção interrompida.

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