“Brasil está hoje como o México, 5 anos atrás”

Foi o que disse hoje John Dillulo, o diretor da Activision-Blizzard para a América Latina. Na verdade eu perguntei “o Brasil está hoje como o México, 5 anos atrás, em termos de mercado de games?” e ele falou: “Sim. Na verdade essa é uma ótima frase.” E virou para a repórter do jornal Valor Econômico: “anota isso aí”. John elaborou: considerando o tamanho do mercado pirata e do mercado “cinza” os altos preços dos jogos e a falta de publicidade sobre games por aqui, o Brasil tá mal em termos de indústria oficial de videogames, como era o vizinho pobre dos EUA, meia década atrás. Mas o México mudou e hoje é um mercado bem maior que o Brasil. O cara está otimista. E tem a receita.

A conversa de John com uns bons 20 jornalistas brasileiros aconteceu em uma coletiva para marcar a chegada da Activision-Blizzard no Brasil. Depois da fusão com a Blizzard, a empresa é a segunda maior publisher de games do mundo, só atrás da Electronic Arts, e engloba séries rentáveis como Guitar Hero, Call of Duty e World of Warcraft. Pois a A-B botou banca que veio para ficar no País, que nós temos um imenso potencial e tudo – tipo o Sávio, ex-Flamengo. John disse que aqui a galera é bem mais viciada que no México. Mas que os jogos são ridiculamente caros. Enquanto o preço não abaixa -coisa que ele admite ser pré-requisito para um crescimento significativo do mercado -, a Activision pretende organizar mais coletivas de imprensa, colocar mais de seus jogos em pontos de venda (tipo ter um kit completo de Guitar Hero World Tour na Fnac) e fazer publiidade para valer. Vai funcionar?

O chapa Théo Azevedo, que cobre games no Brasil tem bem uns 10 anos, fez uma análise mais apurada sobre a chegada-sem-muita-novidade da Activision no UOL Jogos (de onde eu roubei a foto). Ele – e muita gente por ali – ficou meio desconfiada. É esperar para ver. Coisas práticas como a assinatura em Reais do World of Warcraft ou o lançamento de periféricos do Guitar Hero mais baratos por aqui ficaram sem resposta. O cara, que disse estar meio passado por causa de um almoço na churrascaria, repetia um "muito boa pergunta" toda vez que não podia dar a resposta. O final da coletiva, sem direito a um Guitar Hero sequer (foi pra isso que eu fui lá, oras) ficou com um gosto de "mexam-se, não há nada para ver aqui". *Suspiro*

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