Os estados do Acre e Amazonas registraram um terremoto na tarde do último sábado (20). O tremor de magnitude 6,6 ocorreu a uma profundidade de 614,5 quilômetros da superfície. De acordo com o USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos), este é o maior sismo já registrado em terras brasileiras.
Segundo o Observatório Sismológico, 68 estações de monitoramento detectaram o tremor. Ele ocorreu perto da fronteira com o Peru, por volta das 18h31 (horário de Brasília). Felizmente, não causou danos e nem ferimentos. Os moradores locais, apesar da magnitude do terremoto, nem sentiram o abalo.
O USGS afirma que o evento ocorreu próximo da cidade de Tarauacá, no estado do Acre. Esta não é a primeira vez que a cidade registra terremotos. Em junho de 2022, um sismo de magnitude 6,5 atingiu a região a uma profundidade de 616 km — e a cerca de 111 km da cidade.
Os tremores ocorrem porque a região está próxima da Cordilheira dos Andes, uma das zonas com maior atividade sísmica do planeta. Nos últimos 45 anos, houve cerca de 96 abalos sísmicos em um raio de 250 quilômetros de Tarauacá, segundo o USGS, nenhum com consequências graves.
O que causa um terremoto?
A ocorrência dos terremotos está diretamente relacionada ao movimento das placas tectônicas e, mais especificamente, em suas falhas geológicas. Porém, o Brasil, em razão da sua localização geográfica — que fica em uma grande placa tectônica única –, normalmente não registra terremotos de grande magnitude.
O país também não está situado em uma região de contato de placas tectônicas. Assim, não possui atividade sísmica significativa. Por isso, os tremores de terra registrados no Brasil possuem no geral magnitude muito baixa, e muitas vezes passam imperceptíveis pela população.
Em junho de 2023, por exemplo, um terremoto atingiu o litoral de São Paulo. Felizmente, não houve registro de vítimas, e os danos foram apenas superficiais. Inclusive, o Google enviou alertas para os celulares dos moradores da região.
Confira os maiores terremotos já registrados no Brasil
- 6,6 graus: Acre e Amazonas (2024)
- 6,5 graus: Tarauacá/AC (2022)
- 6,1 graus: Divisa entre Acre e Amazonas (2007)
- 5,5 graus: Codajás/AM (1983)
- 5,5 graus: Tubarão/SC (1939)
- 5,4 graus: Noroeste de Mato Grosso do Sul (1964)
- 5,2 graus: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro (2008)
- 5,2 graus: Porto Gaúcho/MT (1998)
- 5,2 graus: Pacajus/CE (1980)
- 5,1 graus: João Câmara/RN (1986)
- 5,1 graus: Manaus/AM (1963)
- 5,1 graus: Mogi-Guaçu/SP (1922)
- 5,0 graus: Plataforma/RS (1990)
- 5,0 graus: João Câmara/RN (1989)
Vale lembrar que, em 2007, ocorreu em Itacarambi/MG um tremor de 4,9 graus. Este foi o primeiro sismo da história do país a provocar uma morte, bem como deixou várias casas destruídas.
Além disso, entre 2001 e 2005, foram registrados 1,5 mil tremores em Pernambuco.