Brasil registrou número recorde de desastres naturais em 2023
O Brasil bateu recorde de ocorrências de desastres hidrológicos e geohidrológicos em 2023. As informações foram divulgadas na última semana pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).
Mais de 1.100 eventos de desastres foram registrados. Sendo 716 associados a eventos hidrológicos, como transbordamento de rios, e 445 de origem geológica, como deslizamentos de terra.
O número supera os registros recordes de 2022 e 2020. De acordo com o mapa, a maior parte está localizada na faixa leste do país. O número engloba eventos de diferentes magnitudes, sem classificá-los.
Em relação aos alertas de desastres, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) emitiu um total de 3.425 alertas para os municípios monitorados ao longo do ano passado, sendo 1.813 alertas hidrológicos e 1.612 alertas geohidrológicos.
Regiões metropolitanas, o Vale do Taquari no Rio Grande do Sul e o Vale do Itajaí em Santa Catarina receberam a maior parte dos alertas emitidos. As regiões sofreram com fortes chuvas e enchentes em 2023.
Petrópolis lidera o ranking de municípios, tendo recebido 61 alertas. Juntamente com São Paulo com 56, e Manaus 49. Este é o terceiro maior quantitativo de emissão de alertas de desastres desde a criação do Centro em 2011.
Como funciona o monitoramento de desastres no Brasil
A instituição monitora ininterruptamente 1.038 municípios, que representam 18,6% das cidades do país e abrangem 55% da população nacional.
Profissionais especialistas das áreas de hidrologia, geodinâmica, meteorologia e vulnerabilidades realizam o trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Segundo a diretora do Cemaden, Regina Alvalá, 2023 foi atípico e contou com fenômenos que impactaram no clima do país. “Por exemplo, em meados do ano, houve uma transição rápida do fenômeno La Niña para o El Niño. Isso ocasionou uma mudança no padrão das chuvas em relação à média histórica”, avalia.
“A mudança do clima também contribuiu para todo esse processo. O oceano mais quente significa mais vapor de água na atmosfera e, por consequência, provocam chuvas intensas e concentradas”, complementa.
Dessa forma, segundo o levantamento, registrou-se um total de 132 mortes associadas a eventos relacionados a chuvas. Bem como foram 9.263 pessoas feridas e 74 mil desabrigados.
Além disso, no total, 524 mil pessoas ficaram desalojadas. Assim, as regiões mais afetadas foram o Sul do país, municípios de regiões metropolitanas das grandes capitais, vale do Maranhão, sudeste do Pará e municípios ribeirinhos do rio Amazonas.