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Brasil se prepara para lançar foguete coreano em Alcântara, no Maranhão

Porto do Brasil recebeu as primeiras peças de novo foguete da empresa sul-coreana Innospace. Expectativa é que decolagem ocorra em dezembro

Brasil se prepara para lançar foguete coreano em Alcântara, no Maranhão

Imagem: Innospace/Reprodução

O Brasil acaba de receber as primeiras peças de uma plataforma que será usada no lançamento de um foguete da Coreia do Sul a partir do Centro Espacial de Alcântara, localizado no estado do Maranhão. A previsão é que a decolagem ocorra ainda neste ano.

O lançamento do foguete em território nacional faz parte de um acordo tecnológico entre a FAB (Força Aérea Brasileira) e a empresa sul-coreana Innospace, assinado em setembro passado. O documento prevê disponibilizar bens e serviços para que a empresa lance foguetes a partir da cidade maranhense de Alcântara.

Segundo a empresa logística Asia Shipping, a carga foi recebida em um terminal marítimo privado da cidade de Santos, no litoral de São Paulo, antes de seguir viagem para o Maranhão. A carga inclui um conjunto de ferramentas, estruturas de elevação e veículos – pesando ao todo mais de 100 toneladas.

A expectativa é que uma próxima carga envolverá o transporte dos foguetes, que virão desmontados diretamente da península coreana para o Brasil.

Atualmente, a Innospace está desenvolvendo a família de foguetes HANBIT, um pequeno lançador de satélites movido por motores híbridos. O modelo que será lançado no Brasil será o HANBIT-TLV, que tem 16,3 metros de altura e pesa 9,2 toneladas.

O foguete fará um voo suborbital – viajando até o espaço e caindo logo em seguida, sem entrar em órbita – e terá a função de validar o motor do primeiro estágio do HANBIT-Nano – um lançador de satélite de dois estágios capaz de carregar uma carga útil de até 50 quilos.

O foguete HANBIT-Nano, da sul-coreana Innospace, com capacidade para colocar em órbita satélites de até 50 kg. Imagem: Innospace/Reprodução

Os motores do foguete foram desenvolvidos para serem fabricados mais rapidamente e a um baixo custo. Eles têm um design não tóxico e também não explosivo, que usa propulsores à base de oxigênio líquido e parafina. Além disso, ele usa um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica.

Durante a decolagem, o foguete sul-coreano levará o SISNAV, um sistema de navegação desenvolvido pela FAB e outras instituições brasileiras. O objetivo é verificar como ele suporta a vibração, choque e temperatura durante a decolagem e o voo pela atmosfera.

“Esperamos que a INNOSPACE entre no mercado de serviços de lançamento de pequenos satélites, com um primeiro teste de lançamento bem-sucedido do HANBIT-TLV, no quarto trimestre, no Brasil”, disse Soo Jong Kim, CEO da Innospace.

Além da Innospace, é esperado que a canadense C6 Launch Systems também realize um lançamento a partir do espaçoporto brasileiro, em 2023. De acordo com a CNN, a Virgin Orbit, do bilionário Richard Branson, também recebeu aval do governo brasileiro para usar a pista de 2,6 quilômetros de Alcântara para o seu Boeing 747 adaptado — com capacidade para lançar foguetes a partir de suas asas.

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