Após Israel notificar o primeiro caso confirmado de “flurona”, outros pacientes começaram a aparecer mundo afora. No Brasil, há pelo menos quatro pessoas confirmadas com Covid-19 e gripe de forma simultânea.
Vale esclarecer um ponto: a flurona não é uma doença nova. O nome é utilizado apenas para se referir aos casos em que o paciente está com os vírus influenza e Sars-CoV-2 no organismo ao mesmo tempo. Não é como se a presença de ambos tenha dado origem a um vírus inédito. As chances dos vírus da Covid-19 e gripe se mesclarem, aliás, são praticamente nulas.
Em entrevistas ao jornal O Globo e à CNN Brasil, especialistas das áreas de genética e infectologia explicaram que os casos de flurona são mais comuns do que parece, e já acontecem no Brasil e no mundo desde o começo da pandemia. A dupla infecção só costumava ser menos notificada, já que os testes de Covid-19 eram prioridade. Com o resultado positivo, os médicos acabavam não procurando por outras doenças no paciente.
Ainda não há dados sobre a gravidade da coinfecção. Ambos os vírus atacam o trato respiratório superior, o que leva a sintomas como tosse, coriza e espirros. Febre, dores no corpo e de cabeça também costumam aparecer. De toda forma, a vacinação para ambas as doenças já existe e parece ajudar a impedir que os quadros evoluam para internação.
As restrições criadas para a Covid-19, como o distanciamento social e o uso de máscaras, parecem ter contribuído para a menor disseminação do vírus influenza. Porém, muitas pessoas acabaram não tomando a vacina da gripe com medo de sair por conta da pandemia. A falta de imunização junto ao relaxamento dos bloqueios levou ao surto atual.
Para evitar os casos de flurona no Brasil e também infecções isoladas, é importante que a população busque pelo regime vacinal completo. A dose de reforço já está sendo oferecida nos postos e pode ser recebida quatro meses após a segunda dose. Também é uma boa hora para evitar aglomerações e priorizar encontros com familiares e amigos em locais ventilados.