Ciência

Brasileiras criam método para retardar amadurecimento de frutas

Cientistas criam solução para evitar que frutas amadureçam muito cedo e evitar desperdício na comercialização
Imagem: Reprodução/Pexels

Quem nunca perdeu uma fruta, verdura ou legume que estragou na geladeira e precisou ir para o lixo? Ou deixou de comprar um alimento por alguma imperfeição no mercado? A fim de evitar o desperdício de frutos carnudos, fontes de vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes com alto valor nutricional, pesquisadoras brasileiras criaram um método barato e altamente eficaz para retardar o amadurecimento de frutas.

A iniciativa é importante porque, de acordo com o novo Relatório Diagnóstico sobre a Fome e o Desperdício de Alimentos no Brasil, mais de 45 milhões de toneladas de frutas, hortaliças e tubérculos são desperdiçados no país todos os anos. Isso devido a imperfeições ou por estarem em avançado grau de amadurecimento.

A causa da má aparência nas frutas é o etileno, hormônio gasoso que estimula a atividade de enzimas que aceleram o processo de maturação. É assim que ele reduz o prazo de consumo dos alimentos, principalmente frutos carnudos, como o mamão — que dura apenas de dois a três dias sob refrigeração.

Como o método vai evitar o desperdício de frutas?

A solução utiliza nanopartículas poliméricas biodegradáveis e biocompatíveis contendo doador de óxido nítrico, que juntos inibem a ação do etileno, reduzem o estresse oxidativo nas células das frutas e atuam como regulador de processos de maturação.

As nanopartículas podem ser aplicadas após a colheita, por pulverização ou imersão dos alimentos em um líquido com o composto. O método possibilita o aumento da durabilidade de frutos, bem como redução do amolecimento e limitação à perda de massa.

A pesquisa é do INCT NanoAgro (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável).

Em entrevista ao portal da instituição, a cientista Joana Pieretti, da UFABC (Universidade Federal do ABC) explica que a solução é capaz de reduzir o prejuízo financeiro dos produtores com possíveis perdas durante o transporte e a comercialização. Além disso, também potencializa o comércio internacional de frutos carnudos.

Além de Pieretti, participaram do estudo a Profª. Dra. Amedea Seabra, da UFABC; e Julia Veiga, do Instituto Agronômico da Unesp (Universidade Estadual Paulista), orientada pela Drª. Ilana Bron e co-orientada pela Profª. Dra. Neidiquele Silveira.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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