A Defesa Civil do Atacama determinou o entorno da mina Alcaparrosa, onde está o buraco gigante do Chile, como zona de alto risco. A decisão veio depois do surgimento de novas rachaduras em área próxima ao sumidouro.
A área fechada tem o formato de um polígono. Segundo a Defesa Civil chilena, a região se configura como uma “ameaça à vida e integridade física” da população. O local deverá ficar fechado até que estudos técnicos esclareçam o que motivou a abertura.
O estado de alerta acompanha o crescimento do sumidouro. Autoridades dizem que o buraco está com 36,5 metros de diâmetro e 64 metros de profundidade. Há um mês, tinha 25 metros de circunferência e 40 metros até o fundo.
#ONEMIInforma Se declara perímetro de seguridad por amenaza de subsidencia en comuna de Tierra Amarilla, Región de Atacama. Infórmate https://t.co/LwsIUuikFN pic.twitter.com/VdFuD0Uzj8
— SENAPRED (@Senapred) August 28, 2022
A aparição do buraco do Chile completou um mês na terça-feira (30). Desde então, técnicos do governo chileno buscam respostas de mineradoras locais sobre o que poderia ter causado o buraco gigante com circunferência quase perfeita.
Em 12 de agosto, a Superintendência de Meio Ambiente – similar a um ministério – ordenou à mineradora Ojos de Salgado seis medidas urgentes, entre elas um estudo de estabilidade do solo em um raio de 500 a 800 metros ao redor do buraco.
A companhia também deveria entregar um estudo técnico para verificar se os volumes de água extraídos pela mineração geraram, ou não, prejuízo ao aquífero aluvial do Rio Copiapó. A Ojos de Salgado tem 30 dias úteis para entregar o estudo.
O que diz a Ojos de Salgado
Em entrevista, o presidente da mineradora, Luis Sánchez, disse que não há riscos à população. Ele afirmou que apenas a exploração do cobre em Tierra Amarilla não explica a formação de um buraco tão grande.
“Este fenômeno é claramente devido a múltiplos fatores”, afirmou. “Estudos para analisar todos os fatores exigem tempo”. Segundo Sánchez, desde que o buraco foi descoberto, a empresa coletou mais de 60 mil dados sobre a área.
Sánchez argumentou que a composição do solo pode ter sido um agravante, assim como uma inundação ocorrida em 2017. Isso, segundo a mineradora, pode ter fragmentado o solo, que tem uma composição argilo-calcária. “Pode ter causado uma degeneração progressiva que faz com que os solos migrem, primeiro gerando buracos e depois afundando”, pontuou.
As autoridades chilenas já entraram com processo judicial para responsabilizar a mineradora.