Para se manter em pé durante terremotos, o Burj Khalifa conta com recursos de segurança específicos que protegem a estrutura. Localizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o prédio mais alto do mundo tem mais de 828 metros de altura, 163 andares e capacidade de sobreviver a outros desastres, como incêndios e tempestades.
Apesar de ser bastante seguro, o arranha-céu não é indestrutível. Dependendo da gravidade dos eventos, as proteções podem não ser suficientes para impedir possíveis danos. Por isso, fica a pergunta: como o Burj Khalifa resistiria a um terremoto? A resposta vem logo abaixo.
Resistência a terremotos do Burj Khalifa
De acordo com o projeto do prédio, o Burj Khalifa é capaz de resistir a terremotos de até sete graus na escala Richter. A proteção, aliás, está acima dos padrões de magnitude 5,9 exigidos em Dubai.
Há ainda sensores de movimentos que detectam e relatam movimentos incomuns na estrutura do arranha-céu. Para aumentar a capacidade de detecção de tremores, os engenheiros também conectaram o Burj Khalifa a um sistema interligado de análise: o OASIS.
OASIS é a sigla para Online Alerting of Structural Integrity and Safety. Na tradução literal para o português, seria algo como “alertas online de integridade e segurança estrutural”. Quando implementado, o sistema fornece dados de aceleração, velocidade, deslocamento e desvio entre andares em edifícios.
Como ele fica em pé durante terremotos
O Burj Khalifa utiliza um mecanismo avançado para reforçar a estrutura contra abalos sísmicos chamado contraventamento transversal (cross bracing, em inglês). Em edifícios tradicionais, o sistema faz com que dois suportes diagonais se cruzem em forma de “X”.
No arranha-céu de Dubai, por outro lado, existe um núcleo hexagonal de concreto, com diversos vigas horizontais em forma de “Y” que se estendem até o exterior, garantindo uma postura estável e única de “tripé”. Isso faz com que a construção seja mais resistente à torção, reduzindo o efeito de vórtice de ventos fortes e tremores.
Outra técnica é o amortecimento ativo de massa, que reduz o grau da oscilação durante terremotos, ao construir um contrapeso na estrutura. Por meio de um dispositivo instalado na parte superior e conectado a amortecedores viscosos que absorvem as ondas de choque, o edifício se equilibra sozinho.
Quando o Burj Khalifa oscila para a esquerda, por exemplo, o amortecedor de massa tende o movimento para a direita, aproveitando o peso colossal da construção.
Os sistemas de evacuação
Mesmo em caso de terremotos muito fortes e outros desastres, o Burj Khalifa oferece 160 lances de escadas reforçadas com concreto à prova de fogo e áreas de refúgio que aumentam as chances de sobrevivência.
A cada 25 andares, existe uma sala especial separada da estrutura principal que resiste a fogo por até duas horas. O ambiente também é climatizado e pressurizado, a fim de mitigar a entrada de fumaça. A ideia é que pessoas possam parar e recuperar o fôlego, em caso de evacuação total do edifício.
Os elevadores do Burj Khalifa também podem funcionar como forma de escape. Cada cabine suporta entre 12 a 14 passageiros e alcançam velocidades de 10 metros por segundo. Além disso, os elevadores ficam no núcleo central de concreto e, por isso, são resistentes a fogo.
Em adição aos 57 elevadores tradicionais e oito escadas rolantes, há ainda 38 elevadores exclusivos para evacuação.