Nos últimos dois meses, uma onda de calor recorde vem atingindo a China, fazendo o consumo de eletricidade disparar no país asiático. Com temperaturas acima de 40º C, o uso excessivo do ar condicionado pelos chineses têm provocado cortes de energia, inclusive provocando paralisações em fábricas da Apple e da Tesla.
O calor extremo é mais sentido na província de Sichuan, no sudoeste da China. Cerca de 80% da energia consumida na região é proveniente de hidrelétricas. Entretanto, a onda de calor e a falta de chuvas também levou a uma redução no nível dos reservatórios, aumentando ainda mais a sobrecarga nas linhas de transmissão, conforme apontou a Folha.
Com a eletricidade intermitente, as fábricas estão sendo obrigadas a interromper os trabalhos, uma vez que autoridades locais ordenaram que o fornecimento terá como prioridade as áreas residenciais. Em 19 das 21 cidades da província, existe uma determinação para a suspensão parcial ou total das atividades na maioria das plantas industriais – algo que afeta mais de 16 mil empresas.
Restrições se espalham pela China
Além das paralisações na CATL, que fornece baterias para veículos da Tesla; e na Foxconn, que monta iPhones e outros produtos da Apple; uma joint venture da Toyota Motor suspendeu a produção de veículos até o próximo sábado (20), diante da incerteza sobre o fornecimento de energia.
As restrições também estão sendo expandidas para outras áreas da China, como nas províncias de Zhejiang e Jiangsu – onde as fábricas estão concentradas. A medida gera preocupação sobre os potenciais efeitos sobre as cadeias de suprimentos de tecnologia mundiais, assim como na própria economia chinesa.
Esses apagões se somam às frequentes restrições para evitar a proliferação do novo coronavírus, em meio a política da “Covid Zero” do governo chinês. Diante dessa e outras questões geopolíticas, a Apple estuda transferir parte de sua produção de produtos para outros países, como a Índia.
Porém, segundo uma fonte ouvida pelo site Nikkeia Asia, a paralisação nas operações nas fábricas que fornecem produtos para a Apple ainda não gera um impacto “significativo neste momento.”