Um simples golpe de pá numa camada de gelo pode revelar água na superfície de Marte

A NASA planeja enviar astronautas para Marte, mas antes disso é preciso estudar muito bem o planeta para entender os pontos estratégicos para o sucesso de uma missão. Uma das pesquisas envolve, é claro, a presença de água. Em um novo artigo publicado na revista Geophysical Research Letters, cientistas criaram um mapa da superfície marciana […]
Cratera de gelo em Marte, batizada de Korolev
ESA

A NASA planeja enviar astronautas para Marte, mas antes disso é preciso estudar muito bem o planeta para entender os pontos estratégicos para o sucesso de uma missão. Uma das pesquisas envolve, é claro, a presença de água.

Em um novo artigo publicado na revista Geophysical Research Letters, cientistas criaram um mapa da superfície marciana que mostra onde o gelo d’água — que é chamado assim porque outros químicos também podem congelar — deve estar localizado. A pesquisa se concentrou em marcar as regiões em que o gelo deve estar a apenas 2,5 centímetros abaixo da superfície, facilitando o acesso em missões futuras.

As cores mais frias, como o azul, é onde o gelo estaria mais próximo à superfície, enquanto as cores mais quentes, como o vermelho, representam o gelo mais profundo. É importante apontar que a água líquida não dura na atmosfera de Marte devido ao ar rarefeito – com pouca pressão atmosférica, o material passa do estado sólido para o gasoso rapidamente.

Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU

Os dados foram obtidos a partir de instrumentos de duas naves: a Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA e a Mars Odyssey Orbiter. Os instrumentos tem sensores do calor e, segundo os pesquisadores, o gelo d’água altera a temperatura da superfície de Marte.

Essas informações se tornarão chave para um potencial pouso de tripulação, por exemplo. O comunicado à imprensa publicado pela NASA explica que missões humanas com destino ao Planeta Vermelho provavelmente precisarão coletar água para beber e para fazer o combustível do foguete para o retorno.

A ideia é aplicar um conceito de utilização de recursos do local, e é necessário que os tripulantes não tenham dificuldades. “Você não precisaria de uma retroescavadeira para cavar esse gelo. Você poderia usar uma pá”, disse o líder do estudo, Sylvain Piqueux do Jet Propulsion Laboratory da NASA.

A conclusão do mapa é que, como esperado, os dados sugerem que há mais gelo d’água ao longo dos polos e das latitudes médias. Porém, antes de pousarmos em Marte, vamos voltar à Lua.

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