Camada de neve em lua de Saturno está fora do normal e aponta seca

Estudo sugere que Encélado, a lua de Saturno, enfrentou maiores níveis de nevascas nos passado; entenda o que mudou
Camada de neve em Encélado, lua de Saturno, está fora do normal e aponta seca
Imagem: NASA/JPL/Space Science Institute/Kevin M. Gill/Reprodução

Saturno possui 82 luas que orbitam ao seu redor. Tudo isso! E algumas delas chamam mais atenção do que outras, como é o caso de Encélado, o sexto maior satélite do planeta. Não é apenas seu tamanho que atrai os cientistas, mas também o oceano líquido que se esconde sob sua superfície, podendo guardar indícios de vida

Mas Encélado parece estar passando por um momento de seca. Para entender o que isso significa, é preciso compreender alguns processos dessa lua. 

A temperatura média do satélite é de -198ºC. Só para comparar, a menor temperatura já registrada na Terra foi de -89,2ºC perto de uma estação do lago Vostok, na Antártica, em 1983. Consequentemente, Encélado está cercado por uma camada de gelo.

Mas outra lua de Saturno, conhecida como Diane, acaba interferindo no comportamento de Encélado devido às forças de maré –  um efeito da força gravitacional de um objeto sobre outro próximo. Isso acaba desencadeando rachaduras na camada fina da crosta no polo sul lunar. 

A água líquida acaba evaporando, explodindo em uma grande nevasca. Parte das partículas congeladas acabam nos anéis de Saturno, enquanto o restante retorna à superfície do satélite, formando um tipo de regolito. 

Encélado possui algumas formações geológicas semelhantes a crateras, que podem ter se formado de maneira natural. Quando esses buracos surgem, a neve acaba tomando-o, permitindo que os cientistas estudem a largura e profundidade do espaço e estimem a espessura do regolito. 

Conhecer tal informação é importante para que os cientistas consigam planejar pousos na lua. Mas aqui está a questão: o novo estudo publicado na revista Icarus revela amontoados de neve com espessura média de 250 metros, com alguns atingindo os 700 metros. 

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Esse é um valor alto demais quando considerada a taxa na qual a água de Encélado evapora e vira neve na atualidade. Ele só seria possível se os flocos de neve fossem extremamente porosos, o que os cientistas acreditam que não seja. 

Por conta disso, a equipe sugere que os gêiseres de Encélado tiveram uma atividade mais intensa no passado, permitindo uma maior queda de neve. Agora, a lua está em uma fase de “seca”, com tais eventos ocorrendo em menor grau.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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